O Ministério da Saúde afirmou nesta quarta-feira, 3, que negocia a compra de 30 milhões de doses contra a das vacinas russa Sputnik V e da indiana Covaxin. A pasta prevê se reunir nesta sexta-feira, 5, com representantes dos desenvolvedores dos dois imunizantes para tratar da aquisição e tem expectativa de receber os produtos ainda neste mês.

A conversa ocorre após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária () facilitar a aprovação do uso emergencial de vacinas no Brasil. Por enquanto, a gestão Jair Bolsonaro tem acordos para compras dos produtos Oxford/AstraZeneca e da , mas tem sido pressionado para ampliar a oferta de doses e acelerar a campanha de imunização.

Nesta quarta, 3, a agência decidiu dispensar a realização da fase três de estudos clínicos no Brasil para analisar o pedido de uso emergencial de um imunizante contra o novo coronavírus. Estudo publicado na revista The Lancet esta semana comprovou que a Sputnik, produzida pelo Instituto Gamaleya, tem 91,6% de eficácia. Parceira dos russos no Brasil, a empresa União Química espera importar 10 milhões de doses prontas até março e planeja estar, em abril, pronta para fabricar oito milhões de unidades por mês.

Já a Covaxin, do laboratório Bharat Biotech, teve estudos da fase 1 publicados em revista científica, mas os testes de eficácia (fase três dos do estudo) ainda não foram divulgados. A mudança de regra da Anvisa elimina a necessidade de ensaios clínicos brasileiros para o uso emergencial, mas exige a apresentação de dados dessa etapa, ainda que feita no exterior, para a concessão de qualquer registro de uso. Essa parte da pesquisa é importante para determinar o grau de proteção do imunizante contra a doença.

Segundo o ministério, a empresa indiana sinalizou que poderia entregar oito milhões de doses ainda em fevereiro e, no mês seguinte, mais 12 milhões. Menos conhecida no Brasil, a Covaxin ganhou espaço no noticiário após a Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVAC) divulgar que negociava cinco milhões de doses com a Bharat Biotech. O Ministério da Saúde disse que mesmo clínicas particulares deverão seguir as diretrizes do SUS sobre grupos prioritários.