Barreto também argumenta que as prisões seriam ilegais por falta de provas objetivas. “A juíza determinou a prisão sem apontar efetivamente quais seriam os embaraços às investigações. Tem que ter testemunha dizendo que foi efetivamente ameaçada, que houve algo concreto”, alega.

 

Apesar de nenhuma testemunha ter afirmado que foi ameaçada, a polícia cruzou informações – como conversas via mensagem – com os depoimentos do casal para mostrar que Henry, filho de Monique e enteado de Jairinho, vinha sendo agredido em casa pelo vereador.

 

Questionado sobre a troca de mensagens entre Monique e a babá de Henry, Thayná Ferreira, o defensor diz que desconhece a autenticidade delas. “Só tenho notícia dessa troca de mensagens pela mídia”, afirma.

 

Ao Tribunal de Justiça do Rio, Barreto disse que o “sensacionalismo midiático” influenciou a decisão da juíza de Elizabeth Louro, da 4a vara criminal, de determinar a prisão temporária do casal. Os advogados falam ainda em “comoção social”, diante da morte do menino Henry Borel, de 4 anos, no habeas corpus apresentado na última sexta-feira, 9, em que pede a liberação de ambos.

 

Henry morreu no Hospital Barra D’Or, na zona oeste do Rio, no dia 8 de março, após ser levado pela mãe e pelo padrasto. À polícia, eles afirmaram ter encontrado a criança desmaiada no quarto, o que poderia ter sido provocado por uma queda da cama. A perícia do Instituto Médico Legal (IML) constatou, no entanto, múltiplos sinais de trauma no corpo do menino. A polícia suspeita que Henry tenha sido submetido a sessões de tortura por Jairinho.

 

Na última quinta-feira, 8, o vereador Jairinho foi levado ao Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na zona norte do Rio, e a mãe de Henry, para o Instituto Penal Ismael Sirieiro, em Niterói, na região metropolitana do Estado. A decisão de prendê-los foi tomada frente à possibilidade de estarem intimidando testemunhas e combinando versões.