A professora da UFES (Universidade Federal do Espírito Santo), Ethel Maciel, declarou neste último sábado (12) que o governo federal colocou o seu nome entre os elaboradores do Plano Nacional de Vacinaçãosem que ela tivesse acesso ao documento.
Maciel, também, epidemiologista e ativista dos direitos humanos, fez o anúncio em suas redes sociais. “Nós, pesquisadores que estamos assessorando o governo no Plano Nacional de Vacinação da Covid-19, acabamos de saber pela imprensa que o governo enviou um plano, no qual constam nossos nomes e nós não vimos o documento. Algo que nos meus 25 anos de pesquisadora nunca tinha vivido!”, diz a postagem em seu Twitter.
Conforme o IG, através da nota assinada por 36 pesquisadores, o grupo técnico do “Eixo Epidemiológico do Plano Operacional Vacinação Covid-19” se disse surpreendido com o documento e afirma que o texto “não lhe foi apresentado” nem teve sua anuência.
O grupo também questiona as prioridades estabelecidas pelo plano. “Reiteramos nossa recomendação técnica para que todas populações vulneráveis sejam incluídas na prioridade de vacinação, como indígenas, quilombolas, populações ribeirinhas, privados de liberdade e pessoas com deficiência”, diz o texto.
O governo federal entregou na tarde de sábado o seu plano de vacinação ao STF (Supremo Tribunal Federal). Segundo o documento, mais de 51 milhões de pessoas podem ser imunizadas contra a Covid-19 no primeiro semestre de 2021. Porém, sem data para o início do trabalho.
O plano também menciona que o Brasil já tem acordos para a aquisição de 100,4 milhões de doses do imunizante desenvolvido pela Universidade de Oxford, AstraZeneca e a Fiocruz a serem entregues até julho do ano que vem; além de mais 30 milhões de doses no segundo semestre.
Também é informado a aquisição de 42,5 milhões de doses por meio da iniciativa Covax Facility. E ainda está na conta, como “em negociação”, 70 milhões da Pfizer.