O ex-assessor do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) Luciano Querido foi oficializado nesta segunda-feira (13) como o novo presidente da Fundação Nacional das Artes (Funarte). Formado em direito e técnico de TI, ele já comandava interinamente a entidade desde maio e, no mês passado, foi alvo de uma ação  Ministério Público Federal, que pediu à Justiça a suspensão do nome, já que Querido não possui a formação específica ou a experiência profissional exigida por lei para ocupar o cargo de chefia.

A nomeação foi assinada pelo ministro chefe da Casa Civil, Walter Braga Netto, e publicada no (DOU) desta segunda-feira.

Querido já havia sido indicado em maio para a diretoria executiva da fundação, quando o governo de Jair Bolsonaro (sem partido) reconduziu o maestro Dante Mantovani para a presidência da Funarte. Após polêmicas na indicação de Mantovani, Bolsonaro recuou e Querido passou a comandar o órgão.

O técnico de TI atuou entre 2002 e 2017 no gabinete de Carlos Bolsonaro, na câmara do Rio de Janeiro. Sua função era cuidar de “toda a parte de informática, como designer gráfico, web designer e banco de dados e mídias sociais”. Agora, ele vai comandar  um órgão que atua em todo o território nacional e é  responsável por políticas de fomento às artes visuais, à música, à dança, ao e ao no Brasil.

Campanha no MS

Por mais de dois anos, Querido foi visto como uma ameaça à família de Bolsonaro. No início de 2017, ele veio para Mato Grosso do Sul, quando propôs a Bolsonaro mapear possíveis candidatos para a eleição do ano seguinte, apesar de estar a 1.400 km da Câmara carioca onde estava lotado. Por aqui, Querido participou de encontros com apoiadores se apresentando como o responsável pela estruturação da candidatura de Bolsonaro, além da montagem de uma chapa para a Câmara dos Deputados e Assembleia Legislativa do Estado.

A movimentação do ex-assessor de Carlos incomodou alguns dos políticos locais que também tinham proximidade com o presidente. Em outubro daquele ano, chegou aos ouvidos de Bolsonaro que o ex-assessor estava pedindo dinheiro para sua pré-campanha. O presidente gravou um vídeo desautorizando a prática.

“Há poucos dias passou por aí um elemento de nome Luciano usando do meu nome. Pediu dinheiro para muitos de vocês para financiar sua viagem, bem como material de campanha. Deixo bem claro: essa não é a forma de captar recursos. Fere a lei eleitoral e eu jamais autorizaria alguém a fazer isso”, afirmou Bolsonaro em vídeo distribuído aos seus eleitores de em outubro de 2017.