A deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) negou nesta terça-feira, 26, em entrevista à CNN Brasil, que tenha sabido antecipadamente da operação Placebo, deflagrada na manhã desta terça-feira (26) em endereços do governador do Rio, (PSC).

A suspeita de que a aliada do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tivesse acesso a informações privilegiadas foi repercutida por parlamentares devido à declaração da deputada à Rádio Gaúcha,ontem (25), sobre como a PF estava investigando irregularidades cometidas por governadores durante a pandemia e faria operações “nos próximos meses”.

“Eu não sou uma pessoa burra. Se eu tivesse informação privilegiada, eu falaria isso publicamente?”, questionou a deputada na entrevista à CNN. Na mesma linha, apontou, em tom de indagação: “se há algum tipo de interferência (de Bolsonaro), o presidente também está agindo em cima do STJ?”

Ainda segundo Carla Zambelli, a deflagração da operação Placebo menos de 24h depois das suas declarações à Rádio Gaúcha foi “uma feliz coincidência” que ela espera que se repita em outros Estados.

Mais cedo, Witzel afirmou que a operação comprova a interferência de Bolsonaro no órgão. “A interferência anunciada pelo presidente da República está devidamente oficializada”, disse, em nota, o mandatário fluminense.
“Estranha-me e indigna-me sobremaneira o fato absolutamente claro de que deputados bolsonaristas tenham anunciado em redes sociais nos últimos dias uma operação da Polícia Federal direcionada a mim, o que demonstra limpidamente que houve vazamento, com a construção de uma narrativa que jamais se confirmará”, apontou Witzel.
O Supremo Tribunal Federal (STF) apura acusações do ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, de que o presidente teria tentado interferir nos trabalhos da PF, citando a reunião ministerial de 22 de abril, em que o presidente reclama da falta de informações sobre a “segurança” de sua família no Rio e diz que trocaria ministros, se necessário.
Reportagem da Folha de S.Paulo afirma que os filhos do presidente estão sendo investigados no Rio de Janeiro por envolvimento em esquema de com dinheiro público que teria beneficiado a do Rio, além de um esquema de disparo de notícias falsas durante a campanha presidencial de 2018, em que Bolsonaro saiu vitorioso.