Bolsonaro quer forçar Mandetta a pedir demissão após ministro perder apoio de ala militar, diz jornal

A decisão do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), de aumentar o confronto com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao conceder uma entrevista à TV Globo – em que reitera suas recomendações para que a população permaneça em casa para conter o avanço da pandemia de coronavírus – fez com que o titular […]

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A decisão do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), de aumentar o confronto com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao conceder uma entrevista à TV Globo – em que reitera suas recomendações para que a população permaneça em casa para conter o avanço da pandemia de coronavírus – fez com que o titular da Saúde perdesse o apoio de militares ligados ao governo e estimulou o presidente a intensificar a estratégia para forçá-lo a pedir demissão do cargo. As informações são da Folha de S.Paulo.

De acordo com fontes anônimas citadas pela reportagem, a cúpula militar ligada ao Planalto viu a entrevista de Mandetta como uma “provocação desnecessária”. O ministro disse ao Fantástico, no último domingo (12), que o brasileiro não sabe se escuta ele ou o presidente sobre como se comportar e alertou que os meses de maio e junho serão os mais duros da pandemia. Ele também criticou aglomerações em padarias dias depois de Bolsonaro entrar em uma padaria para fotos e cumprimentos a apoiadores, em Brasília – em uma nova afronta às recomendações do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS).

A reportagem afirma que a avaliação da cúpula militar foi a de que o ministro desprezou o esforço do núcleo para que ele fosse mantido no cargo e está preocupado apenas com a sua imagem pública, em uma tentativa de se candidatar a governador de Mato Grosso do Sul em 2022.

Especula-se sobre um possível desligamento de Mandetta desde a semana retrasada, quando Bolsonaro disse a apoiadores reunidos em frente ao Palácio do Planalto que alguns membros do seu governo estavam se achando estrelas e que ele não teria medo de usar a caneta. “A hora deles vai chegar”, disse o presidente.

Os atritos entre presidente e ministro começaram quando Bolsonaro contrariou as recomendações de órgãos de saúde, em março, quando devia estar de quarentena, com suspeita de contaminação por coronavírus. À época, ele não apenas furou a quarentena, como incentivou aglomerações em manifestações que o Planalto avalia como “pró-governo”. Bolsonaro criticou o isolamento defendido por Mandetta e opinou que apenas os idosos deveriam estar isolados, uma vez que o isolamento deve pressionar a economia do país.

 

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