Filho de João de Deus, o advogado Sandro Teixeira foi levado neste sábado (2) para o presídio de Goianápolis, na região central de Goiás. Ele está preso por suspeita de coação no curso do processo e corrupção ativa da testemunha de um suposto assédio sexual cometido pelo pai.
Além do mandado de prisão contra Sandro, a juíza Rosângela Rodrigues, da comarca de Abadiânia, expediu, pelos mesmos crimes, uma nova ordem de prisão contra João de Deus, que segue detido no Núcleo de Custódia de Aparecida de Goiânia. O mandado também foi cumprido nesta manhã.
O advogado de Sandro, Guilherme do Amaral Pereira, negou que o cliente tenha cometido os crimes e considera a prisão “arbitrária”. “Ele nunca esteve com nenhuma das testemunhas. Ele nunca coagiu nenhuma testemunha. Não há como entender uma denúncia sem, sem materialidade da forma que foi aceita pelo poder judiciário”, disse.
Já o advogado do médium, Alberto Toron, declarou que, “sem ver os autos do processo”, considera “inviável” se manifestar.
O filho do médium foi preso nesta manhã, na casa em que mora, em Anápolis, a 55 km de Goiânia. Os policiais levaram Sandro para a carceragem da Delegacia Especializada em Investigações Criminais, onde ficou por cinco horas, e, em seguida, para o presídio no interior.
Denúncia
O Ministério Público de Goiás denunciou Sandro no dia 24 de janeiro por coação no curso do processo e corrupção de testemunha de uma denúncia registrada em 2016. Conforme os promotores, um dia após o registro do crime, o médium já tinha conhecimento do boletim de ocorrência e tentou, junto com o filho, “comprar” a testemunha.
“João de Deus e o seu filho, que estava armado, foram até a cidade da vítima, no norte do estado, e ofereceram a uma das testemunhas que acompanhou a vítima pedras preciosas que valiam R$ 15 mil para que fosse retirado o registro”, disse, na ocasião, o promotor de Justiça Augusto César de Souza.
Na mesma denúncia, o MP-GO denunciou o médium por cinco casos de estupro de vulnerável. Na ocasião, os promotores pediram, novamente, a prisão do médium por abuso sexual. No entanto, não solicitaram a detenção de Sandro.
A denúncia solicitava que o advogado cumprisse medidas cautelares, como não sair de Anápolis, onde mora, e não se aproximar das vítimas. Entretanto, segundo a TV Anhanguera, a juíza entendeu que a prisão de Sandro também era necessária.