Festa dos presos de uma facção criminosa 

A Brigada Militar (BM) abriu um procedimento administrativo disciplinar (PAD) nesta semana para investigar o consumo de cocaína no maior presídio de Porto Alegre. A festa dos presos de uma facção criminosa do Vale do Sinos foi gravada em vídeo.Vídeo mostra presos cheirando cocaína no maior presídio do RS

O vídeo mostra presos cheirando dezenas de carreiras de cocaína. As imagens revelam pelo menos 12 detentos consumindo droga sobre uma mesa quadrada dentro de uma das galerias da maior prisão gaúcha.

— Ta na mão já! — anuncia um detento para pelo menos outros 40 homens acotovelados em um corredor aguardando para cheirar cocaína.

 

O vídeo escancara a farra das drogas no Presídio Central de Porto Alegre. No final de uma galeria, em cima de uma mesa quadrada de pés de madeira, pelo menos 120 carreiras estão distribuídas em seis fileiras para o consumo dos detentos. Nas mãos dos presidiários, três aparelhos celulares são identificados, além do que filmou a festança da quadrilha.

Durante quase dois minutos do vídeo, pelo menos 12 detentos consomem a droga, incentivados por outros que estão assistindo.

A BM analisa o vídeo para verificar em qual pavilhão do presídio foi feita a gravação, a data e, principalmente, quem são os envolvidos — durante a filmagem, as risadas e o barulho são altos.

Extraoficialmente, a reportagem apurou que o vídeo seria provavelmente de outubro de 2017, e teria sido gravado na terceira galeria do Pavilhão B. Com as carreiras dispostas na mesa, um preso anuncia que está tudo pronto.

A BM informa que, após confirmar todos os fatos e identificar os presos envolvidos, vai adotar medidas, como transferências e procedimentos administrativos para cada um dos detentos. Em certo momento da filmagem, a câmera abre e é possível contar pelo menos 40 homens enfileirados, aguardando que sua vez chegue.

 

— Dá mais uma para firmar — diz um homem que, junto com os demais, ovaciona um detento após ele consumir cocaína.

A Brigada ressalta que segue o trabalho diário com inspeções e revistas, além de realizar grandes operações, como já ocorreram no final do ano passado. Essas ações resultaram na apreensão de cerca de mil celulares, quase 15 quilos de drogas e pelo menos 500 estoques e armas artesanais.

O Presídio Central tem atualmente 4,7 mil detentos. Em 2014, outro vídeo divulgado mostrou presos cheirando cocaína no mesmo presídio. Na ocasião, seria na primeira galeria do Pavilhão B.