A , a terceira coordenada pelo Sistema Único de Segurança Pública (Susp), cumpriu 901 mandados de busca e apreensão em 25 estados e no Distrito Federal. Ao todo, foram presas 2.743 pessoas, dos quais 164 adolescentes, que foram apreendidos. A operação recolheu 160 armas em dois dias de atividades, das quais participaram 10.249 policiais civis.

“Ao tirar 2.743 criminosos que cometeram, estavam para cometer e, às vezes, já tinham cometido diversos outros crimes, [a polícia] evidentemente combate a violência e amplia a percepção de segurança das pessoas”, afirmou o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann. A operação também recuperou 103 veículos roubados.

O ministro ressaltou que o combate aos assaltos às agências bancárias e caixas eletrônicos inibe o financiamento de outros crimes. De acordo com ministro, até o fim do ano, a pasta deve articular mais três operações nacionais integradas de combate à criminalidade.

“Nós estaremos em breve fechando um acordo com a Febraban [Federação Brasileira de Bancos], que reúne todos os bancos brasileiros, para, conjuntamente, a partir de informações que vêm dos próprios bancos e da inteligência, avançarmos no sentido de combater esse crime que é, sem sombra de dúvida, base e gera recursos de giro para outros crimes e, por isso mesmo, tem que ter prioridade no seu combate”, afirmou Jungmann.

Segundo o presidente do Conselho Nacional de Chefes de Polícia Civil, delegado Emerson Wendt, uma investigação prévia em Goiás levou à apreensão de 33.495 comprimidos de ecstasy, avaliada em mais de R$ 500 mil. “Embora seja de pequeno valor em termos de volume, é de grande valor pelo significado: a venda desse tipo de droga”, disse Wendt.

“Em vários estados há, também, a correlação do crime patrimonial com o tráfico de drogas, uma relação que não se via 20 anos atrás justamente porque esses grupos acabam atuando de maneira organizada, faccionada, fazendo com que um delito fomente o outro”, completou.

Intervenção no Rio

Em entrevista exclusiva à Empresa Brasil de Comunicação (EBC), o presidente Michel Temer admitiu nesta terça-feira (25) suspender, provisoriamente ou definitivamente, a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro para votar a reforma da Previdência ainda neste ano. Segundo Jungmann, essa decisão só deve ser tomada após as eleições deste ano.

“Nenhuma decisão virá a ser tomada antes do primeiro e do segundo turno [das eleições]. Então, qualquer decisão sobre essas conversas e estudos que o presidente está fazendo só vamos ter a partir do segundo turno das eleições presidenciais”, afirmou.

Para o ministro, não deve haver impacto nos resultados da intervenção. caso seja mantida a estrutura de Garantia da Lei e da Ordem. bem como o papel das Forças Armadas no estado do Rio de Janeiro.

“Se houver a decisão de votar algo muito importante, que é a Previdência, eu acredito que, se nós permanecermos com a GLO, que é tocada pelas Forças Armadas, e se o planejamento em que aqueles que estão nos cargos permanecerem pelo menos até o fim do ano, não teremos nenhum prejuízo [na intervenção federal]”, disse.

A proposta de reforma da Previdência já passou pela Comissão de Constituição e Justiça e foi aprovada pela Comissão Especial da Câmara dos Deputados, criada para tratar do tema, em maio de 2017, mas sua tramitação foi interrompida quando o governo decretou a intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro. A Constituição Federal não permite que sejam feitas emendas ao seu texto enquanto ocorrem intervenções.