Pular para o conteúdo
Brasil

MPF pede prisão preventiva de Bendine e outros dois presos da 42ª fase da Lava Jato

Temporária vence nesta segunda-feira
Arquivo -

Temporária vence nesta segunda-feira

O MPF (Ministério Público Federal) pediu nesta segunda-feira (31), a prisão preventiva do ex-presidente da e do , Aldemir Bendine, e dos irmãos André Gustavo Vieira da Silva e Antônio Carlos Vieira da Silva Júnior, suspeitos de serem operadores financeiros de Bendine. O trio foi detido em meio à 42ª fase da .MPF pede prisão preventiva de Bendine e outros dois presos da 42ª fase da Lava Jato

A prisão temporária dos investigados vence nesta segunda. Cabe ao juiz Sérgio Moro a decisão de soltá-los ou não.

Aldemir Bendine é suspeito de receber R$ 3 milhões da Odebrecht. André e Antônio são suspeitos de atuar como operadores financeiros. De acordo com a força-tarefa da Lava Jato, quando comandava o Banco do Brasil, Bendine pediu R$ 17 milhões à Odebrecht para rolar uma dívida da empresa com a instituição, mas não recebeu o valor. Mais tarde, já na presidência da Petrobras, Bendine solicitou e recebeu vantagem indevida do grupo.

A informação foi dada pelos delatores Marcelo Odebrecht e Fernando Reis.

Em depoimento para a Polícia Federal nesta tarde de segunda-feira, Bendine negou as acusações.

Anotações

De acordo com o MPF, no cumprimento do mandado de busca e apreensão na casa de Bendine, foram encontradas anotações sobre assuntos de interesse do Grupo Odebrecht no Banco do Brasil com a indicação de números percentuais.

Ainda segundo a força-tarefa, foram encontradas anotações com referências a reuniões e telefonemas que foram informados pelos colaboradores ligados à Odebrecht.

Quanto à relação entre Bendine e André Gustavo Vieira da Silva, a força-tarefa afirma que eles têm habitual prática ilícita.

“Na busca e apreensão realizada na residência de Aldemir Bendine, foram apreendidas diversas anotações com referências a André Augusto [Vieira da Silva], deixando clara a relação estreita e habitual entre ambos nas negociações de práticas ilícitas”.

Conforme o MPF, a partir de quebra do sigilo telefônico, identificou-se aproximadamente 17 ligações para Lúcio Bolonha Funaro, conhecido como operador financeiro de Eduardo Cunha, também detido pela Operação Lava Jato.

“As dezenas de ligações, findadas somente após a prisão de Funaro, são evidências que, de forma reiterada e habitual, André Gustavo se valia dos préstimos de Lucio Bolonha Funaro para lavagem de ativos de valores obtidos com práticas criminosas”,diz trecho do documento anexado pela força-tarefa no sistema Eletrônico da Justiça Federal.

Para os procuradores, André Augusto Vieira da Silva e Antonio Carlos Vieira da Silva Junior são profissionais da lavagem de dinheiro, “sendo necessária a prisão preventiva para estancar o ciclo criminoso”.

Além disso, afirmaram que os investigados destroem as provas para impedir as investigações e a descoberta das práticas ilícitas.

“(…) É elevado e concreto o risco de que Aldemir Bendine, acaso permaneça solto, venha adotar atos de obstrução de justiça, ameaçando testemunhas e interferindo na produção de prova. Isso porque, em documentação apreendida em sua residência, foi encontrada anotação reveladora de que Aldemir Bendine buscou obstruir a justiça, impedindo que um motorista fossedepor no MPF contra fatos que lhe incriminariam”, argumentam os procuradores.

As suspeitas

Em 2015, Bendine era braço direito da então presidente Dilma Rousseff. Ele havia deixado o banco com a missão de acabar com a corrupção na petroleira, alvo da Lava Jato. Mas, segundo delatores da Odebrecht, Bendine já cobrava propina no Banco do Brasil e continuou cobrando na Petrobras.

De acordo com a força-tarefa da Lava Jato, quando comandava o Banco do Brasil, Bendine pediu R$ 17 milhões à Odebrecht para rolar uma dívida da empresa com a instituição, mas não recebeu o valor. A informação foi dada pelos delatores Marcelo Odebrecht e Fernando Reis.

Na véspera de assumir a presidência da Petrobras, o que ocorreu em 6 de fevereiro de 2015, Bendine e um de seus operadores financeiros novamente solicitaram propina a Marcelo Odebrecht e Fernando Reis, segundo o MPF. Investigadores dizem que o pedido foi feito para que a empreiteira não fosse prejudicada na Petrobras, inclusive em relação às consequências da Operação Lava Jato.

A Odebrecht, conforme depoimentos de colaboradores, optou por pagar a propina de R$ 3 milhões por meio do Setor de Operações Estruturadas. Foram feitas três entregas em espécie, no valor de R$ 1 milhão cada, em .

Ainda de acordo com o MPF, em 2017, um dos operadores financeiros de Bendine confirmou que recebeu a quantia de R$ 3 milhões da Odebrecht, mas tentou atribuir o pagamento a uma suposta consultoria que teria prestado à empreiteira, para facilitar o financiamento junto ao Banco do Brasil. No entanto, a investigação revelou que a empresa usada pelo operador era de fachada.

Mensagens citam local de reunião de propina

Mensagens de texto enviadas por Bendine e pelo publicitário André Gustavo citam o local onde teria ocorrido uma suposta reunião para tratar de pagamento de propina. O endereço é citado na delação de Marcelo Odebrecht, e do ex-executivo da empreiteira, Fernando Reis.

As mensagens obtidas pelos investigadores foram trocadas em um aplicativo que normalmente as apaga após serem lidas. No entanto, na quebra de sigilo, foram encontradas cópias de algumas mensagens em um servidor de internet. Segundo o MPF, Bendine e André Gustavo salvaram as telas com os trechos suspeitos e os arquivos foram mantidos no servidor.

 

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Implicado em escândalo de corrupção, Justiça libera retorno ao cargo de coordenador da Agraer

Prefeito de Bonito pede acesso à investigação e diz que adotará providências

Brinquedos, eletrônicos ou lazer? Especialista dá dicas para escolher o presente certo no Dia das Crianças

Moradora da Vila Eliane perde R$ 2,5 mil em golpe do falso advogado

Notícias mais lidas agora

Solto há 4 dias, empreiteiro foi preso novamente em operação contra esquema de corrupção em MS

terenos

Spotless: Empresário liberou assinatura ao concorrente para fraudar licitações em Terenos

secretária

Secretária diz que Prefeitura vai cumprir prazo do 13º salário aos servidores

Motorista é preso com R$ 1,3 milhão em celulares escondidos em carreta-bitrem

Últimas Notícias

Famosos

Mulher morre no restaurante do Fogaça em SP após teto desabar

Mulher ficou presa aos escombros após o teto do restaurante famoso desabar em São Paulo

Transparência

MPF investiga supostas irregularidades na compra de remédios da prefeitura de Dois Irmãos do Buriti

Aquisições consumiram meio milhão de reais, R$ 212 mil dos quais vindos do governo federal

Cotidiano

Morre em Campo Grande a arquiteta e urbanista Maria Lúcia Torrecilha, aos 69 anos

Com vasta produção técnica, arquiteta e urbanista era referência em estudos sobre políticas de desenvolvimento e mobilidade urbana

Polícia

Homem recebe multa de R$ 10 mil por construir rancho às margens do Rio Coxim

Policiais ambientais constataram a construção em alvenaria situada a cerca de 15 metros da margem do rio, não respeitando a faixa mínima de 100 metros de área protegida