Márcio Schiefler Fontes auxiliava Teori Zavascki na Operação Lava Jato desde 2014
A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, aceitou nesta quarta-feira (1º) o pedido de desligamento do juiz Márcio Schiefler Fontes, braço-direito do ministro Teori Zavascki.
Considerado a memória da Lava Jato no STF, Schiefler acompanhou a investigação do esquema de corrupção na Petrobrás desde o início. Ele pediu para deixar suas funções depois que os juízes auxiliares do gabinete de Teori concluíram, na última sexta-feira (27), as audiências em que ouviram os 77 executivos e ex-executivos da empreiteira Odebrecht que fizeram acordo de delação premiada. Na última segunda (30), a ministra Cármen Lúcia homologou as delações.
Na semana passada, Schiefler e mais dois juízes instrutores conduziram as audiências com executivos e ex-executivos da Odebrecht, última etapa antes da homologação dos acordos de delação. Discreto, mantinha contato constante com Teori. No dia do acidente, fez a “ponte” entre a família de Teori, a presidência do STF e o Palácio do Planalto.
Como braço direito do ministro, Schiefler participou de decisões sobre a Lava Jato e foi incumbido por Teori de ouvir delatores sobre os acordos assinados. Nesse período, evitou conversas com a imprensa. Ministro e auxiliar tinham uma “parceria muito fina”, segundo integrantes do gabinete de Teori. Schiefler é juiz de direito no Tribunal de Justiça de Santa Catarina. Apesar de Teori ter nascido no mesmo Estado, os dois não trabalharam juntos antes do período em Brasília.