Exame vai apontar se houve melhora na infecção que se formou no cérebro

A ex-primeira-dama , mulher do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, passará por mais uma tomografia na manhã desta sexta-feira (27). Ela segue internada em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, sem previsão de alta.

Segundo notíciado pelo G1, os médicos que acompanham Marisa Letícia pediram o novo exame para avaliar se o grau de infecção provocado pela hemorrogia cerebral melhorou ou piorou. Se tiver melhorado, a equipe médica vai tirar gradativamente o sedativo que mantém a ex-primeira-dama desacordada. Caso contrário, ela vai continuar em coma induzido por tempo indeterminado.

O Dr. Roberto Kalil Filho, chefe da junta que atende Marisa, explicou que a atividade cerebral só chega ao seu pico depois de passado, no mínimo, três dias de um trauma como o AVC. Nesta sexta-feira, então, quando completa-se o terceiro dia, o médico está esperançoso de que seja possível fazer uma melhor avaliação das regiões do cérebro afetadas pela hemorragia.

Marisa Letícia está acomodada em uma cama térmica. Com o auxílio dela, os médicos conseguem baixar a temperatura do corpo, que normalmente fica perto dos 35ºC, para até 25ºC. O objetivo é diminuir o metabolismo e, junto com ele, a atividade cerebral, para que o cérebro consiga absorver de forma mais rápida o excesso de sangue acumulado na caixa craniana.

A ex-primeira-dama deu entrada na tarde de terça-feira (24) no Sírio-Libanês com uma hemorragia cerebral em razão da ruptura de um aneurisma. Segundo o hospital, ela foi imediatamente submetida a atendimento de emergência, seguido de cirurgia endovascular (embolização) e oclusão do aneurisma e deve seguir em tratamento intensivo por tempo indeterminado.

Na quarta-feira (25), Marisa Letícia teve de passar por outro procedimento cirúrgico. Desta vez, para a “passagem de um cateter ventricular para monitoração da pressão intracraniana”, como informou o hospital.

De acordo com Kalil Filho, Marisa já tinha um aneurisma, diagnosticado há cerca de dez anos. Na época, não havia indicação cirúrgica, mas apenas de acompanhamento clínico. Segundo o médico, foi esse aneurisma que se rompeu.

O aneurisma cerebral é a dilatação anormal de parte de uma artéria ou veia que irriga o cérebro. Essa dilatação faz com que parte do vaso fique mais fina, mais sensível, como se fosse uma bolha, que pode se romper a qualquer momento e provocar uma hemorragia.

Kalil lembrou que a ex-primeira-dama é hipertensa e disse que uma crise hipertensiva pode ter sido responsável pelo AVC: “O paciente hipertenso tem que se cuidar. No dia a dia a sua pressão varia, mas ela teve um quadro de crise hipertensiva e isso provavelmente rompeu o aneurisma”.

Foto: Arquivo/Agência Brasil