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Comando Vermelho matou detido por terrorismo, conclui polícia de MT

Morto tinha sido transferido do presídio de Campo Grande (MS)
Arquivo -

Morto tinha sido transferido do presídio de (MS)

 

A Polícia Civil de Mato Grosso concluiu que a morte de Valdir Pereira Rocha, sul-mato-grossense, preso na Operação Hashtag em julho de 2016 – pela suspeita de ligação com o terrorismo -, foi causada por quatro membros da facção criminosa Comando Vermelho, que surgiu no e se espalhou por quase todos os Estados do País.

O assassinato de Valdir ocorreu no dia 15 de outubro de 2016. No inquérito, a polícia indiciou quatro detentos da cadeia do Capão Grande, em Várzea Grande (MS). Valdir estava detido no presídio federal, em Campo Grande (MS) e foi morto assim que transferido para a cidade mato-grossense.

São eles: Everton Rodrigues de Lima, conhecido como “Japão”, que teria sido o mandante; Caio Eduardo de Oliveira Fogaça, o principal executor; Alexandre de Amaral Peophiro Ribeiro (vulgo “Alemão”); e Pedro Henrique Fogaça (vulgo “Salve Jorge”). Os dois últimos teriam quebrado os cadeados para permitir o acesso dos demais detentos à vítima.

O inquérito foi concluído na semana passada e encaminhado ao Fórum de Várzea Grande. Agora, segundo o delegado Marcelo Jardim, o caso deve aguardar análise do Ministério Público, que decidirá se já oferece denúncia ou se devolve o inquérito requisitando novas diligências.

A Operação Hashtag foi deflagrada em julho de 2016, às vésperas das Olimpíadas do Rio, para prender 13 suspeitos de terrorismo. No caso de Valdir, nem o Ministério Público e nem a Justiça encontraram provas de sua ligação com o terrorismo e, por isso, ele recebeu alvará de soltura dois meses após ser detido.

Porém, ele permaneceu na prisão, pois teve endurecimento de regime de uma condenação por assalto e homicídio, que estava sendo cumprida em semiaberto.

Na prisão, Valdir foi assassinado por espancamento. Segundo o delegado Marcelo Jardim, que presidiu o inquérito, a ordem teria sido dada porque os presidiários acreditavam que ele era de fato um terrorista que matava inocentes.

“Conseguimos identificar quem teria dado a ordem que era pra agredir o Valdir e expulsá-lo do raio. O que foi o principal agressor, que iniciou as agressões e conclamou os demais detentos a participarem. E os dois detentos que quebraram os cadeados e permitiram o acesso dos demais até onde o Valdir estava”, contou o delegado.

Além deles, dezenas de presidiários participaram do linchamento, por isso, segundo Marcelo Jardim, não foi possível identificar quem deu cada golpe, apesar de muitos terem sido ouvidos.

“Nós indiciamos nesse primeiro momento os quatro indivíduos, porque as condutas deles foram bem individualizadas, cada um com a sua participação bem delimitada. E com relação aos demais ficou inviabilizada”, disse Marcelo Jardim.

O delegado conta que apenas os detentos que quebraram os cadeados confessaram a participação. E os mesmos revelaram quem teria dado a ordem e o principal executor.

Segundo Jardim, eles disseram que teriam quebrados os cadeados sob ameaça de morte.

“Logo depois que esses dois quebraram os cadeados, e essa ação foi filmada pelas câmeras de vigilância, eles (detentos) obstruíram o corredor com colchões, o que inviabilizou que as câmeras conseguissem filmar e identificar quem efetivamente teria participado das agressões”, conta o delegado.

Quando os guardas chegaram até o local no linchamento as agressões já haviam cessado e todos os presos haviam retornado para suas celas. Apenas Valdir estava estendido no corredor.

Ele ainda foi socorrido com vida e levado para o Pronto Socorro de Várzea Grande, porém não resistiu e morreu por decorrência de um traumatismo craniano grave.

“O motivo teria sido fútil, eles não aceitavam a presença do Valdir ali supostamente por ele ser terrorista. ‘Ah, ele é um terrorista, mata inocente, a gente não admite isso aqui com a gente’”, disse Jardim.

Segundo o delegado, após a sociedade descobrir que na verdade não haviam provas contra Valdir, o mandante e o principal executor passaram a ser ameaçados.

“Depois do fato eles pediram transferência ali do raio, porque eles passaram a ser ameaçados, porque a população teria descoberto que na verdade não tinha provas contra o Valdir, que ele era terrorista, e ai eles passaram a ser acusados de matar inocentes”, conta Marcelo.

Apesar do pedido, ambos seguem no Capão Grande, mas em outra ala.

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