Objetivo é apurar desaparecimento de bens da União 

Ao fim da sessão desta quarta-feira (9), o plenário do Senado aprovou dois requerimentos do líder do DEM, senador Ronaldo Caiado (GO), pedindo auditorias relacionadas ao governo federal. O primeiro deles pede uma auditoria patrimonial nos palácios do Planalto e da Alvorada.

O senador quer que seja apurado eventual desaparecimento de bens da União que ficam sob a guarda da Presidência da República nos dois palácios durante a retirada dos pertences do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva quando ele deixou o cargo.

Caiado justifica o requerimento alegando que a força-tarefa da Polícia Federal (PF) em Curitiba investiga a retirada de bens do no fim do mandato do ex-presidente e o armazenamento em um depósito em São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo.

“Há suspeitas de que itens que pertencem à União tenham sido levados para o depósito”, alega Caiado, que ressalta que a PF pediu a apreensão dos itens, mas não foi autorizada pelo juiz Sérgio Moro, que cuida do caso. Moro determinou apenas que o material fosse catalogado e fotografado para posterior verificação de à União.

O segundo requerimento aprovado pede ao Tribunal de Contas da União que faça uma auditoria para checar se houve transferência de recursos federais da Caixa Econômica Federal e dos fundos de pensão de estatais para a Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo (Bancoop).

Caiado justifica a auditoria também com base em investigações já em curso na Polícia Federal e autorizadas pela Justiça Federal. “De acordo com a investigação, iniciada em 2008, o Fundo de Investimento em Direitos Creditórios, criado pela entidade [Bancoop] teria recebido R$ 26 milhões de fundos de pensão estatais. A Funcef, da Caixa Econômica Federal, teria feito um aporte de R$ 11,2 milhões; a Petros, da Petrobras, teria colaborado com R$ 10 milhões; e a Previ, do Banco do Brasil, teria injetado R$ 5 milhões“, alega o senador.

Caiado lembra ainda que o ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, é acusado de ter desviado R$ 100 milhões da cooperativa, “lesando milhares de cooperados” e que no ano passado o Ministério Público de São Paulo decidiu abrir nova frente de investigação sobre o caso.