Pular para o conteúdo
Brasil

Relatório de Jucá à CPI do Futebol sugere mudança na Lei de Lavagem de Dinheiro

Documento já foi entregue
Arquivo -

Documento já foi entregue

O senador Romero Jucá (PMDB-RR) entregou à Comissão Parlamentar de Inquérito do no Senado seu relatório. A expectativa é que o texto de Jucá seja discutido e votado pelos membros da CPI já na semana que se inicia.

O senador não sugere o indiciamento de nenhuma pessoa envolvida nos escândalos de corrupção na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) – esses escândalos vêm sendo investigados por autoridades internacionais como a justiça da Suíça e o FBI americano.

No entanto, ele propõe alterações na Lei de Lavagem de Dinheiro “para que, entre as entidades obrigadas a adotar a política do conheça o seu cliente, a manter os registros das transações e a comunicar ao Coaf operações suspeitas, estejam todas aquelas que operam nas redes de intermediação e serviços envolvidos nos negócios do mercado do futebol, conforme os esquemas revelados pelas investigações do FBI e pela documentação recebida na CPI”.

O relator propõe ainda a minuta de um projeto de lei para a tipificação do crime de corrupção privada, que não existe atualmente no Brasil. A ideia é adotar o modelo europeu e criar um “instrumento legal que pode se revelar muito útil para os órgãos de persecução penal quando as medidas vigentes se mostrarem insuficientes ou sem a força intimidatória e pedagógica necessárias”.

Jucá propõe ainda mudanças no Estatuto do Torcedor para prever o uso de seguranças privados no interior dos estádios e a responsabilidade do proprietário ou administrador do estádio nas hipóteses de descaso em relação a dispositivos da lei (higiene, alimentação, instalações físicas, monitoramento) e à ocorrência de delitos dentro do estádio.

Fora as proposições legais sugeridas pelo relator, ele fez ainda observações e sugestões para melhorar a governança no futebol brasileiro, com o objetivo de profissionalizar a gestão dos clubes e a relação com os atletas desde a formação de base.

Entre outras coisas, ele sugere “aperfeiçoamento das normas trabalhistas aplicadas à atividade profissional do atleta, com vistas a adequá-la à realidade e à especificidade do desporto”; vedação de participação de dirigentes, eleitos ou nomeados, ou seus parentes, até terceiro grau, em empresas com as quais a entidade tenha negócios ou contratos, sob pena de destituição; e o adiamento da exigência de que os clubes, antes de iniciar as temporadas, apresentem nada consta do FGTS de seus atletas e dos impostos devidos ao governo.

“Sugerimos, para evitar a inviabilização de muitos clubes, postergar a vigência e aplicação dessa condição para o ano de 2018. A exigência dessas certidões passaria a ser feita tão apenas no início da temporada, tendo validade para todas as competições do ano desportivo da respectiva entidade de administração do desporto, de modo a resguardar a continuidade e segurança jurídico-desportiva das competições”, diz o relatório.

Romero Jucá faz ainda propostas tributárias para estimular o desenvolvimento dos clubes de pequeno porte e melhorar a gestão das agremiações esportivas. O parecer apresentado prevê, por exemplo, estímulo tributário visando à criação de Sociedade Empresária Desportiva.

“Em um tempo em que o ideal olímpico de competir por competir foi substituído pela lógica do mercado, especialmente no futebol, dado que a paixão clubística passou a integrar a engrenagem da indústria do entretenimento nacional e internacional, esta tipologia societária afigura-se de evidente relevância. Por isso, este dispositivo incentiva sua criação ao prever o pagamento unificado de vários tributos com base na receita mensal do ente desportivo societário, concretizando a ideia de “futebol-empresa” que arrosta a profissionalização da gestão desportiva”, explica.

Por fim, o relator sugere a instituição de “incentivo fiscal temporário, até o ano de 2022, pela via de deduções no Imposto sobre Renda pelas pessoas físicas e jurídicas, para apoio direto aos clubes integrantes das séries C e D do campeonato brasileiro de futebol, competições que albergam representações de todas as unidades da Federação”.

O texto deve ser apresentado aos membros da comissão na próxima terça-feira (11) e o relator espera que ele seja votado no mesmo dia. O presidente da CPI, senador Romário (PSB-RJ), no entanto, já disse em entrevistas que pretende apresentar voto em separado com outro relatório para ser votado em contraponto ao de Jucá.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Câmara de Terenos revoga Lei e barra empréstimo de R$ 20 milhões solicitado por prefeito preso

Gabigol decide, Cruzeiro vence o Bahia e toma a vice-liderança do Palmeiras

Idoso é morto pelo irmão a facada em Campo Grande

Na 1ª sessão após escândalo de corrupção, vereadores de Terenos alegam ‘surpresa’ com Operação

Notícias mais lidas agora

Despachante que tenta delação sobre corrupção no Detran-MS é alvo de nova ação do MPMS

prefeitura iptu

Após escândalo envolvendo promotor do MPMS, prefeito de Nova Alvorada deve cumprir ‘recomendações’

Pé na areia em Campo Grande é real! Mar de Xaraés é inaugurado e vira novo ponto turístico de MS

Prefeitura cancelou contratos suspeitos em Terenos, diz presidente da Câmara

Últimas Notícias

Cotidiano

Temporal com fortes ventos derruba árvores em Bonito

Ainda existe possibilidade de chuva na cidade

Polícia

Quatro são presos em flagrante e caminhão roubado no Paraná é recuperado

Policiais conseguiram abordar o veículo na entrada da Aldeia Porto Lindo

Brasil

PF fecha mais de mil empresas clandestinas de segurança privada

46 prisões em flagrante e na apreensão de 46 armas

Conteúdo de Marca

Brindes corporativos estratégicos para empresas de Mato Grosso do Sul

O Mato Grosso do Sul vem se consolidando como um dos estados mais dinâmicos da região Centro-Oeste.