Backup é necessário para a delação tida como mais devastadora de todas
A delação da Odebrecht, maior empreiteira do Brasil, deve ser assinada nesta terça-feira (19) após acertos finais entre os executivos da empresa e o MPF (Ministério Público Federal), o que inclui arquivos digitais que comprovem o repasse de propina a políticos e autoridades.
De acordo com reportagem do jornal O Globo, a empreiteira informou que o backup dos arquivos, que pertenciam ao Setor de Operações Estruturadas da empresa, têm sido bem sucedido. O setor seria um departamento exclusivo para pagamento de propina.
Na segunda-feira (18), os executivos da empresa, incluindo Marcelo Odebrecht, desistiram de pedido de liberdade, para fecharem o acordo de delação premiada. Mais tarde, a coluna Painel, do jornal Folha de S. Paulo, divulgou que a força-tarefa da Lava Jato recusou o acordo por considerar as informações “superficiais”.
Os empresários insistiram em fechar o acordo e concordaram em abrir os arquivos que comprovam os repasses da Odebrecht a diversos políticos e outras autoridades. Os anexos contendo os assuntos a ser delatados já foram aceitos, ou seja, a PF já sabe quem e o que será denunciado na delação da empreiteira, considerada a “mais devastadora de todas”.
A recuperação dos documentos da Odebrecht é fundamental para a confirmação do acordo entre a empreiteira e as autoridades. Uma autoridade ouvida pelo Globo, que não quis se identificar, informou que a empresa deve entregar um rol de denúncias com os nomes de envolvidos.
A Odebrecht estava com dificuldades para apresentar os dados concretos que comprovassem as acusações feitas nos depoimentos e nos anexos apresentados à PF. Com o backup das movimentações financeiras e arquivos de contabilidade, os executivos terão a peça-chave que falta para o acordo.
