Pular para o conteúdo
Brasil

Governo e PT divergem sobre fim de obrigação da Petrobras de explorar o pré-sal

O preço do petróleo caiu fortemente
Arquivo -

O preço do petróleo caiu fortemente

O Palácio do Planalto não avalia como negativa a aprovação de ontem (24), no Senado, do projeto de lei que acaba com a participação obrigatória da Petrobras na exploração do petróleo do . Embora tenha sofrido críticas de senadores petistas que dizem ter sido abandonados pelos ministros da presidenta Dilma Rousseff em plena votação, o governo avaliou que havia uma chance real de derrota ainda maior no plenário, caso continuasse insistindo em derrubar o projeto, e por isso optou por uma solução alternativa.

De acordo com interlocutores do Planalto, a ideia inicial era manter a atual política de exploração, mas alguns fatores foram decisivos para a mudança de orientação, como a conjuntura atual do Congresso mais favorável a pautas mais liberais e o cenário do setor no momento, já que o preço do petróleo caiu fortemente nos últimos meses e está valendo US$ 30 o barril.

O projeto aprovado acaba com a exigência de que a Petrobras seja operadora dos campos do pré-sal, participando com pelo menos 30% em cada um deles. O texto mantém a preferência para a empresa, que irá se manifestar se quer ou não a operação dos campos.

Mas, apesar de o governo admitir que mudou de posição somente às vésperas da votação, no Senado o presidente Renan Calheiros (PMDB-AL) já tinha dito, na terça-feira da última semana (16), após reunião no Palácio do Planalto, que a presidenta Dilma Rousseff admitia a aprovação do projeto.

“A própria presidente da República não tem nenhuma objeção com relação à alteração da obrigatoriedade da Petrobras participar de todos os investimentos. Eu disse à presidente que nós vamos preservar o interesse estratégico do Brasil, da União e da própria Petrobras”, disse Renan. “Ela não tem objeção, ela não apresentou argumentos. Acho que ela está mais receptiva a essa mudança”, completou Renan na ocasião.

Ontem, quando se dirigia ao plenário para abrir a sessão de votação do projeto, Renan foi novamente questionado por jornalistas sobre a concordância do governo com o projeto, porque alguns setores teriam se manifestado contrários. “São vários governos. Nesses momentos de conversa, você tem que ter muita clareza com qual governo você está conversando”, respondeu o presidente.

Também no início da semana passada, a presidenta já tinha negociado com lideranças do PMDB a mudança no substitutivo do senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) para incluir o trecho que estabelece que o Conselho Nacional de Política Energética participaria do processo de decisão sobre a participação da Petrobras em cada campo do pré-sal.

Posição do PT

A bancada petista, no entanto, decidida a tentar derrubar a matéria, acreditava que os ministros do PT poderiam socorrê-los até o fim. Conforme um senador contou à Agência Brasil, os petistas acreditavam que o ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, iria interferir para virar a votação contra o projeto de José Serra (PSDB-SP). No entanto, Berzoini atuou para que a matéria fosse aprovada, conforme o acordo com o governo.

Após a aprovação do projeto, no entanto, o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, disse que a posição do governo e do PT eram as mesmas, mas que foi necessário negociar uma opção intermediária.

 Nesta quinta-feira (25), o presidente nacional do PT, Rui Falcão, reafirmou a posição do partido de que continuará “empenhado em resistir ao retrocesso” que representa o projeto, e disse que os deputados federais da legenda vão combater a medida com a “mesma tenacidade” dos senadores.

Na avaliação do governo, porém, a proposta continua garantindo soberania à Petrobras, já que, além de a estatal ter prerrogativa de escolher se quer ser operadora do campo, a decisão só deve ser tomada após aval da Presidência da República. Além disso, um assessor palaciano disse que o resultado final pode, inclusive, beneficiar a própria estatal, que não tem dinheiro em caixa para fazer os investimentos necessários à exploração.

Na opinião desse mesmo interlocutor, no entanto, a oposição erra ao querer aprovar a lei justamente no momento em que o preço do petróleo está baixo, já que não seria rentável para nenhum setor fazer a exploração. Com base nesse raciocínio, acredita-se , quando o cenário for mais positivo, a Petrobras já terá recuperado parte do seu potencial, e que portanto há uma “falta de visão” sobre o futuro por parte dos opositores.

Apesar das negativas, há quem acredite que os petistas foram avisados da mudança de posicionamento e quiseram que o governo, mesmo assim, apostasse suas fichas na votação. Para alguns, esses senadores não teriam se conformado com as orientações e preferiram manter o discurso de que o projeto fragiliza o regime de partilha e a política de conteúdo nacional.

A avaliação interna de quem acompanha as estratégias é de que, para que passe a vigorar, a proposta não apenas tem que ser aprovada sem alterações pelos deputados, mas também precisa ser sancionada pela presidenta, que pode vetar os dispositivos de que discordar.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Sidrolândia terá nova unidade de saúde por R$ 3,78 milhões até 2027

procurador-geral supremo stf

STF diz que é ilegal, mas Papy mantém em procurador-geral comissionado na Câmara

Acidente com capotamento deixa trânsito lento na Av. Bom Pastor

fluminense

À espera de reforços, Fluminense chega aos Estados Unidos para a disputa do Mundial

Notícias mais lidas agora

No pantanal das onças grito de socorro

No Pantanal das onças, de quem é o grito de socorro que ninguém está ouvindo?

feminicídio corumbá

Mulher morre após ser incendiada em Corumbá e MS soma 15 vítimas de feminicídio em 2025

cpi consorcio oitivas

Ônibus sem limpeza e multa só para carros: relembre as oitivas da 2ª fase da CPI do Consórcio

LISTA: Presente do Dia dos Namorados pode custar a partir de R$ 15 pela internet

Últimas Notícias

Trânsito

Motociclista morre após sofrer traumatismo craniano em acidente no interior de MS

A vítima foi identificada como Luan Camargo dos Santos

Polícia

Filha dá facada na própria mãe após ser atingida por óleo quente no Tijuca

Mulher ficou com a faca cravada no pescoço

Polícia

Mulher passa por momento de tensão ao ser ameaçada de morte por ex-companheiro com canivete no pescoço

O caso ocorreu na madrugada deste sábado (7)

Cotidiano

Uma a cada 8 dias: MS registrou 15 vítimas de feminicídio em menos de cinco meses

Mulheres foram mortas por maridos, namorados, ex e colegas de trabalho