Segundo testemunhas, vítimas estavam em um ponto de táxi e foram surpreendidos pelos agressores com socos e pontapés

Acusado de atacar um jovem homossexual com uma lâmpada fluorescente na Avenida Paulista em 2010, Jonathan Lauton Domingues continua sendo procurado pela polícia, informou a Secretaria de Administração Penitenciária. Ele teve a prisão preventiva decretada no último dia 19 pela 1ª Vara do Júri Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP).

De acordo com a sentença, um dos argumentos para decretar a detenção é o fato do réu ter se mostrado indiferente ao processo. Conforme o documento, ele não é localizado desde setembro de 2012 e está sem advogado. A medida determina ainda que o acusado constitua defensor em dez dias.

Presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT), Carlos Magno Fonseca comemorou a decisão da Justiça. Segundo ele, a sentença comprova a necessidade de não se permitir a impunidade nos casos de no país. “Infelizmente, pela ausência de uma lei [que criminalize a homofobia], muitos casos vêm à tona, mas não têm penalização ou responsabilização devida. Queremos que os casos de homofobia não ocorramm mais”, declarou Fonseca.

Ele lembrou que o caso teve grande repercussão, pois foram divulgadas imagens de uma câmera de segurança mostrando um jovem caminhando pela Avenida Paulista e sendo atingido por um golpe de lâmpada na cabeça. 

“Foi emblemático, porque a própria cena do ato chocou muito, mostrou como a homofobia é cruel e como ela atinge a população diariamente”, relembrou. Ele lamentou a necessidade de mostrar essa ação gratuita contra homossexuais para que se levasse em consideração algo que o movimento já denunciava.

A ação foi praticada por cinco pessoas. Domingues, à época com 19 anos, foi levado para um distrito policial. Os demais foram encaminhado à Fundação Casa. De acordo com o boletim de ocorrência, três pessoas foram agredidas na madrugada de 14 de novembro de 2010. A primeira agressão ocorreu contra um fotógrafo de 20 anos e um estudante de 19 anos.

Segundo testemunhas, eles estavam em um ponto de táxi e foram surpreendidos pelos agressores com socos e pontapés. O fotógrafo, cujo nome não foi divulgado, conseguiu correr e se refugiar em uma estação de metrô próxima. O outro ficou bastante machucado e foi levado ao hospital por policiais.

Na sequência, os cinco jovens atacaram Luis Alberto Betonio, autor da ação contra Domingues. O grupo quebrou uma lâmpada fluorescente na cabeça de Betonio. A polícia conseguiu deter os agressores perto do local da segunda ocorrência. Um dos advogados de defesa alegou à época que a agressão foi motivada porque um dos acusados foi paquerado pela vítima.