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“Estamos preparados, mas trabalho mexe demais com a gente”, diz chefe de resgate

Após o rompimento de barragens, bombeiros e representantes da Defesa Civil fazem trabalho de resgate
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Após o rompimento de barragens, bombeiros e representantes da Defesa Civil fazem trabalho de resgate

O capitão Rafael Cosendey, do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, não deixa o distrito de Bento Rodrigues, Mariana (MG), desde a última quinta-feira (5), quando duas barragens se romperam e a comunidade foi atingida pela lama. No local da tragédia, ele coordena as operações de busca e resgate. Já ajudou a salvar a vida de animais presos no barro, a encontrar documentos em casas enlameadas e a recuperar corpos encontrados na região.

Ao detalhar o trabalho dos militares no local, ele explica que foi definida uma rotina de turnos para que os homens não cheguem à exaustão. “Se os 40 militares que temos hoje tentarem trabalhar das 8h às 18h, não vão conseguir. Por isso, a gente tem que fazer o revezamento, pra poder dar sequência e fazer com que o serviço renda mais.”

De acordo com o capitão, o monitoramento da Barragem de Germano, que permanece intacta e cheia de resíduos, está sendo feito 24 horas por dia. Um posto de comando foi fixado dentro da mineradora responsável pelas atividades na região, a Samarco, e está conectado com a base em Bento Rodrigues por meio de uma sirene.

“Temos as viaturas e todo um plano de segurança, principalmente para os militares que trabalham ao longo do dia. Há um plano de evacuação e uma rota de fuga. Temos sinais sonoros que a gente utiliza para que os militares evacuem, se houver necessidade. O caminho é pela rota que está sendo feita por vocês agora.”

Cosendey lembrou que alguns moradores e parentes de pessoas que continuam desaparecidas estão sendo chamados a retornar à comunidade, numa tentativa de buscar todas as ferramentas possíveis para direcionar o trabalho das equipes. “Num evento de grande magnitude como esse, onde há um território imenso para ser feita a busca, a gente vai juntando o histórico e a narrativa das pessoas, onde ficava cada residência, árvore, praça, rua.”

No momento em que a equipe de reportagem estava no local da tragédia, o pai do menino Thiago Damasceno Santos, de 7 anos, auxiliava os homens na busca pela criança, que continua desaparecida desde o rompimento das barragens. Horas antes, militares haviam encontrado indícios que apontavam que o quarto do menino poderia estar ali, soterrado pela lama. Segundo o capitão, foram encontrados troféus ganhos na escola e roupas infantis.

Com esse tipo de referência e com as ferramentas estratégicas utilizadas pela equipe de busca e resgate, como cotas altimétricas, cartas topográficas e coordenadas geográficas do povoado, além do uso de aeronaves, as buscas são facilitadas.

“Queremos acelerar esse trabalho porque a gente sabe que as pessoas estão sofrendo demais com a situação e todo esse desastre. Apesar de estarmos preparado, mexe muito com todos nós. A gente se esforça na tentativa de dar um alento para essas famílias”, concluiu Cosendey, antes de retirar repórteres, fotógrafos e cinegrafistas do local diante da iminência de uma forte chuva na região.

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