Jeep quer liderar e ataca: Brasil se acostumou ao “caro” EcoSport

Nada permanecerá como é no segmento de SUVs compactos no Brasil. É o que prometem os novos competidores

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Nada permanecerá como é no segmento de SUVs compactos no Brasil. É o que prometem os novos competidores

Nada permanecerá como é no segmento de SUVs compactos no Brasil. É o que prometem os novos competidores: Honda HR-V, Jeep Renegade, JAC T6 ePeugeot 2008. Se os últimos correm por fora, os dois primeiros querem desbancar os líderes Ford EcoSport e Renault Duster (que muda na próxima semana) com boa lista de equipamentos, volume de produção e até mesmo argumentos.

Enquanto a Honda provocou correria às lojas no primeiro final de semana de vendas do HR-V, a Jeep apresentou seu Renegade prometendo “revolucionar o segmento de utilitários esportivos”, nas palavras de Sérgio Ferreira, diretor geral da Chrysler no Brasil e da marca Jeep para a América Latina. Segundo o executivo, a empresa está preparada para liderar o segmento ainda este ano, mesmo tendo quatro meses de “atraso” em vendas em relação a Duster e EcoSport e pelo menos um mês para o HR-V.

De fato, a Jeep vai além e crava: o nível de preços de SUVs no Brasil foi inflacionado pelo modelo da Ford, que seria “caro demais para o que oferece”.

Pela tabela de lançamento, o Jeep Renegade custa de R$ 69.900 (1.8 flex com câmbio manual de cinco marchas e tração 4×2) a R$ 116.900 (2.0 turbodiesel, câmbio automático de nove marchas, 4×4 e capacidade para off-road). Em mais dois meses, haverá ainda uma versão de entrada por R$ 66.900. Já o EcoSport vai de R$ 66.200 (1.6 flex, cinco marchas manual) a R$ 87.100 (2.0 flex, automatizado com seis marchas e dupla embreagem), ainda que os concessionários já vendam unidades com desconto de R$ 3 mil, conforme UOL Carros apurou. Gordura a ser queimada? Talvez.

9 meses

“Estamos preparados para ter a liderança do segmento em nove meses, e isso prevendo um crescimento de 40% a 50% no volume do mercado este ano”, afirmou Ferreira, em entrevista.

Sem apresentar números precisos por questão estratégica, o diretor geral da Chrysler afirmou que a fábrica da Jeep em Goiana já trabalha em dois turnos com capacidade de produção de 45 unidades/hora e que pode partir para um terceiro turno quando necessário. Quando operar com capacidade total, a unidade pernambucana poderá entregar 250 mil unidades, mas apenas metade disso sairá da linha do Renegade — há projetos de fabricação da picape média da Fiat e de pelo menos outros modelos por lá.

Por ora, a unidade se prepara para fazer quantos carros forem necessários para bater EcoSport e HR-V, que têm força para entregar pouco mais de 50 mil unidades anuais nas condições atuais.

Caro demais

Se um dia já foi ironizada pelos preços que pratica no Brasil com seus modelos mais luxuosos, a Jeep parece disposta a dar o troco e se mostrar como opção viável com o Renegade: promete revisões em intervalos maiores (a cada 12 mil quilômetros ou 12 meses para o 1.8 flex, até 72 mil km; a cada 20 mil km ou 12 meses para o 2.0 diesel, até 120 mil km), revisões com preços fixos, bem como preço competitivo para a cesta de peças (que influencia na manutenção).

Além disso, a marca mostra ter sido fortemente influenciada pela Fiat ao compor a lista de opcionais do modelo. Basicamente, a maior parte dos opcionais pode ser comprada em “kits” disponíveis a qualquer uma das versões, permitindo que um comprador possa colocar um Renegade Sport (o mais básico) com teto solar e sete airbags, entre outros itens, na garagem. São fixos apenas o tamanho das rodas (a Longitude pode trocar o aro de 17 polegadas por modelo de 18 polegadas, enquanto Sport segue apenas com o aro 16 e a Trailhawk com 17 polegadas com pneus de uso misto), o uso de faróis de xênon e sistema de som com falantes Beats (opcional apenas na Longitude, de série na Trailhawk) e teto solar elétrico removível Skyview (apenas na Trailhawk, como opcional).

“Os pacotes são a forma que encontramos para ofertar nossa tecnologia e nossos diferenciais a todo tipo de consumidor”, apontou Alexandre Clemes, diretor de produto da Jeep. “Temos de ser realistas e dizer que podemos fazer ajustes, se o consumidor não aceitar. É uma aposta”, completou. Aposta?

Segundo Clemes, o mercado se acostumou à limitação dos rivais mais antigos, que “obrigam o consumidor a comprar a versão mais cara se quiser ter conteúdo”. Neste ponto, o executivo voltou a fazer referência ao EcoSport. “Fomos catequizados a levar pacotes fechados para casa pelas outras montadoras. Se quiser ter a segurança de sete airbags no EcoSport, serei obrigado a levar a versão Titanium, que é a mais cara”.

Aliás, o rival seria caro demais na opinião de Clemes. “Você pode ter sete airbags, pode ter câmbio de seis marchas, mas o que mais o EcoSport oferece? Ele é caro demais para o que entrega”, calculou. A crítica recebe o coro de Sérgio Ferreira: “Você pode até achar que R$ 69 mil é um valor elevado, mas o Renegade oferece padrão premium e itens nunca vistos no segmento. O problema é que os concorrentes existentes determinaram um patamar inicial muito alto de preços sem oferecer nada”.

Pelo plano original, metade dos compradores do Jeep Renegade virão da concorrência direta (EcoSport, Duster, Chevrolet Tracker e HR-V) e a metade restante de modelos maiores (Hyundai Tucson e ix35 e Honda CR-V). UOL Carrosainda inclui na lista de baixas, por conta, o Mitsubishi ASX. A briga será boa e franca.

 

 

 

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