Para auxiliar no controle da asma alérgica grave, o medicamento omalizumabe será ofertado pelo SUS (Sistema Único de Saúde). A doença atinge aproximadamente 20 milhões de brasileiros, e entre 5% e 10% são considerados casos mais graves.

De acordo com o Ministério da Saúde, o medicamento é indicado justamente para o controle dos casos graves da doença, quando os sintomas são diários ou contínuos e sem resposta ao tratamento já disponível no SUS, com medicamentos anti-inflamatórios e de alívio à falta de ar (corticoides inalatórios e beta-2 agonista).

Inicialmente não foram identificadas evidências cientificas suficientes sobre os benefícios do tratamento com o medicamento, mas após consulta pública realizada pela Conitec (Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias) no SUS, onde mais de 2.300 que relataram a melhoria, após o tratamento, dos sintomas provocados pela doença, como diminuição das crises e redução da necessidade de hospitalização, houve a decisão de incorporação.

Sendo assim, a incorporação do medicamento foi publicada no Diário Oficial da União no último mês.

ASMA

A asma é uma inflamação das vias aéreas que dificulta a respiração. É causada tanto por fatores genéticos (histórico familiar) associados a substâncias irritantes paras as vias aéreas, como fumaça, cheiros fortes, mofo e poeira, quanto por outros estímulos, como frio, fatores emocionais, atividade física e alguns medicamentos. Tem início, principalmente, na infância, mas pode atingir adultos também.

Os sintomas são variados e incluem falta de ar, tosse, dor e aperto no peito. Quando estas manifestações são regulares, impactam na qualidade de vida e produtividade das pessoas, gerando insônia, fadiga diurna, redução dos níveis de atividade e ausência na escola ou no trabalho.

A duração e a intensidade dos sintomas variam e são desencadeadas por alguns fatores, como atividade física, a alergênicos, mudança do e infecções respiratórias virais.

A doença é uma causa importante de internações no SUS. Cerca de 350 mil internações hospitalares são registradas anualmente na rede pública, decorrentes de complicações relacionadas à doença. Apesar de não ter cura, a asma pode e deve ser controlada, independentemente de sua gravidade.

 OMALIZUMABE

O omalizumabe é indicado para adultos e crianças acima de 6 anos com asma alérgica moderada a grave não controlada, apesar do uso de corticoide inalatório (CI) associado a um beta2-agonista de longa duração (LABA). Ele é aplicado por via subcutânea (com injeção) em doses que variam conforme o peso e a gravidade da doença. O medicamento age ligando-se a uma proteína chamada Ig3, presente no sangue de pacientes com asma alérgica, prevenindo, assim, o desencadeamento de crises alérgicas.