Campo Grande é o segunda capital do Brasil com mais casos de sífilis detectados em 2018. Enquanto a taxa nacional é de 75,8 casos a cada 100 mil habitantes, na capital sul-mato-grossense é de 282,4/100 mil habitantes, ou seja, 372.5% maior. Os dados foram divulgados no Boletim Epidemiológico, publicado pelo Ministério da Saúde.

Com 163 casos a cada 100 mil habitantes, é o segundo estado com maior índice de detecção de sífilis, 215% maior que a taxa nacional. O boletim também revela que os casos da doença sexualmente transmissível atingem 48 mulheres grávidas a cada 1.000 nascidos vivos, em Campo Grande. A capital de MS é a terceira com maior índice de detecção no país, ultrapassando a taxa nacional de 21,4/1.000 nascidos vivos.

Para a médica infectologista, Priscilla Alexandrino, MS se destaca nos índices de detecção devido as campanhas de checagens. Mesmo assim, o secretário estadual de Saúde, Geraldo Resende, acredita que há necessidade uma abordagem mais intensiva por parte dos municípios. “É necessário que as prefeituras municipais realizem trabalhos focados na atenção básica à saúde, para evitar doenças como essa que nem deveria mais existir”, comentou durante reunião com representantes do CEDM-MS (Conselho Estadual dos Direitos da Mulher de Mato Grosso do Sul).

Sífilis é uma IST (Infecção Sexualmente Transmissível) que atingiu 158.051 brasileiros em 2018. A doença pode ser transmitida durante uma relação sexual com uma pessoa infectada, sem o uso de preservativo, ou durante a gestação ou nascimento de uma criança.

O tratamento

Segundo a infectologista, tratamento pode ser feito de forma gratuita em qualquer unidade de saúde pública, tanto em redes básicas, quanto em especializadas. O tratamento é feito com injeções de penicilina, tipo de antibiótico com eficácia comprovada contra a bactéria da doença.

Sobre as grávidas que possuem a doença, a médica afirma que o tratamento é o mesmo e que a possibilidade da criança se infectar na gestação é relativa, mas atenta para possíveis complicações na gravidez. “Depende muito, é uma condição individual, mas é muito provável que a criança tenha alguma complicação. Essas complicações podem ser sequelas graves, que chegam a atingir o sistema nervoso central do bebê”, ressalta.

Priscilla destaca que o acompanhamento do pré natal é essencial para as gestantes com sífilis. Ela diz que a melhor forma de evitar a doença é usando preservativos durante as relações sexuais. “Usar preservativos sempre, fazer o teste de DSTs com regularidade e caso haja relações desprotegidas,  fazer o teste rápido também”, indica.