Cirurgiões dos EUA alertam para perigos do ‘aumento de bumbum brasileiro’

Um grupo de associações americanas de cirurgiões plásticos divulgou um alerta nesta segunda (6) sobre os riscos do “Brazilian butt lift” (aumento de bumbum brasileiro), procedimento que aumenta as nádegas usando a gordura da própria paciente e que se popularizou nos Estados Unidos. A operação é diferente da aplicação de PMMA (polimetilmetacrilato), usada na bancária Lilian Calix…

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Um grupo de associações americanas de cirurgiões plásticos divulgou um alerta nesta segunda (6) sobre os riscos do “Brazilian butt lift” (aumento de bumbum brasileiro), procedimento que aumenta as nádegas usando a gordura da própria paciente e que se popularizou nos Estados Unidos.

A operação é diferente da aplicação de PMMA (polimetilmetacrilato), usada na bancária Lilian Calixto, 46, que morreu após complicações em cirurgia realizada pelo médico Denis Cesar Barros Furtado, 45, conhecido em redes sociais como Doutor Bumbum.

No caso do ‘Brazilian butt lift’, a gordura primeiro é retirada por lipoaspiração de outra região do corpo e depois injetada no bumbum.

De acordo com os médicos, trata-se da cirurgia estética mais perigosa de todas: a cada cerca de 3.000 pessoas que realizam o procedimento, uma morre.  A embolia pulmonar é a principal causa de morte decorrente da intervenção, segundo o especialista.

A abdominoplastia (cirurgia plástica na barriga), em segundo lugar no ranking de cirurgias mais arriscadas, mata uma pessoa a cada 13 mil que se submetem à intervenção, em média, de acordo com as associações.

Nos últimos quatro anos, a demanda pela cirurgia de aumento de bumbum dobrou nos Estados Unidos, segundo Peter Rubin, professor da Universidade de Pittsburgh e vice-presidente de finanças da Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos (ASPS). Desde 2000, o crescimento foi de 254%.

Em 2017, foram mais de 20 mil procedimentos, grande parte deles nos estados da Flórida e da Califórnia. Pode custar de R$ 4.000 (cerca de R$ 15 mil) a US$ 5.000 (mais de R$ 18 mil), segundo dados da ASPS.

“O aumento da demanda levou a um crescimento no número de médicos não especializados que o realizam”, diz Rubin. Ele destaca as dificuldades do procedimento e diz que mesmo bons cirurgiões podem não estar preparados para realizá-lo.

Alertas semelhantes já haviam sido feitos pelas associações, que se reuniram em uma força tarefa para investigar riscos inerentes à cirurgia, promover estudos científicos e educar cirurgiões.

Mas, desta vez, a recomendação é para não enxertar gordura no músculo de forma alguma, explica o médico Steven Teitelbaum, da Sociedade Americana de Cirurgia Plástica (ASAPS).

Antes, os cirurgiões costumavam injetar a gordura no tecido subcutâneo, entre a pele e o músculo, e também na parte superficial do próprio músculo. Mas novas evidências mostram que a gordura pode chegar às veias.

O grupo de cirurgiões decidiu se posicionar de forma mais enfática após uma série de mortes ocorridas nos últimos anos causadas por procedimentos mal realizados. Uma das vítimas mais recentes foi Adianet Gonzales, de 30 anos, que realizou a intervenção em Miami.

A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica – Regional SãoPaulo (SBCP-SP) reforça a necessidade de serem observados dois pontos fundamentais antes de qualquer pessoa decidir se submeter a uma cirurgia plástica, seja para fins estéticos ou reparadores.

Primeiro, a escolha do profissional de saúde deve levar em conta a sua qualificação, com o título de especialista em cirurgia plástica emitido pela SBCP e pela Associação Médica Brasileira (AMB).
Segundo, é importante realizar o procedimento apenas em instalações médicas credenciadas.

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