201 mil doses de vacinas

A gerente-técnica da área de imunização da SES (Secretaria Estadual de Saúde), Kátia Mougenot, disse na CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Vacinas nesta quarta-feira (30) que recebeu denúncia de que doses de vacinas contra o vírus H1N1 estavam sendo vendidas ilegalmente em . De acordo com Katia, Campo Grande recebeu 201 mil doses de vacinas.

“A gente começou a tentar saber a origem. Foi um susto. Tentei descobrir da onde era. Claro que ela [a denunciante] se calou, não quis dizer nem onde era o local. Ela ficou preocupada se aquela vacina teria ou não a capacidade de imunização de uma vacina bem armazenada. Se está comprando em uma porta de rua, tem alguma coisa errada”, afirmou.

 O vereador Lívio (PSDB), relator da CPI, disse que denúncias indicam que as doses que desapareceram eram vendidas por preços entre R$ 40 e R$ 100. Assim, uma única ampola poderia valer até R$ 1 mil para o criminoso. “É um frasco valioso. O controle do registro era frágil, e este é o motivo da nossa CPI, que não tem caráter nenhum político”, afirmou.

 Ainda conforme a gerente da SES, a secretaria liberou as doses para os municípios de forma gradativa. Em Campo Grande, o Ministério liberou as vacinas em um sábado e, na segunda, elas já foram entregues em Campo Grande. “Essa distribuição fizemos de forma exatamente escalonada, como ela veio escalonada. Não teve privilégio para município A, B ou C. Sabíamos que seria um ano atípico”, disse.

 Até o dia 27 de abril, foram 86 mil doses entregues em Campo Grande. Segundo Kátia, o sistema de informação libera as vacinas por lote. “Se a gente disse que repassou 80 mil doses, nós encaminhamos 80 mil doses. Na verdade, eles (município) tinha que checar ao chegar, mas isso não foi questionado. A questão da falta [de doses] que se refere é em frascagem mesmo. A capacitação dos servidores para aproveitar essas doses é responsabilidade do município”, finalizou.

 Até semana passada, foram 18 mortes registradas em Campo Grande por conta da gripe A. Em Mato Grosso do Sul, segundo dados oficiais da SES (Secretaria de Estado de Saúde), o número de confirmações da doença já é de 324. Segundo dados da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), a campanha cobriu 91,24% do público alvo, sobrando 32.381 doses de vacina contra a gripe H1N1 com destinação incerta.

O vice-diretor do Instituto Butantan, Marcelo de Franco, também foi ouvido esta tarde pela CPI. A comissão, composta pelos vereadores Alex do PT, Dr. Lívio, Engenheiro Edson, Chiquinho Telles e Vanderlei Cabeludo, já confirmou uma videoconferência na próxima sexta-feira (1º de julho), às 13 horas, com a coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde, Carla Domingues.

 Denúncia – A CPI disponibiliza para a população um canal de denúncias em seu site. Caso tenha qualquer informação que possa contribuir com as investigações, basta acessar www.camara.ms.gov.br/denuncias ou enviar um e-mail para [email protected]