Médicos acreditam que doação de sêmen infectado possa destruir embrião

No dia 22 de março, a (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) determinou que doadores de sêmen e óvulos para fertilização in vitro, deveriam realizar testes sorológicos para detectar a presença do vírus  no sangue. Esses testes possibilitam saber se o indivíduo teve a doença no passado, pois rastreiam apenas a presença de anticorpos, e não do vírus em si. Resultados positivos ou inconclusivos deveriam ser seguidos por testes no sêmen. Pensando nisso, alguns laboratórios já oferecem o serviço.

Reportagem do Bem Estar mostrou que os laboratórios de São Paulo, Chromosome Medicina Genômica e Fleury Medicina e Saúde, já oferecem o teste. Esse último também tem sede no Distrito Federal. No Rio de Janeiro, o Richet Medicina & Diagnóstico também passou a oferecer o serviço. Nenhum laboratório do Mato Grosso do Sul realiza o procedimento até o momento.

Os preços do testes são parecidos com os de um teste de biologia molecular (PCR) sanguíneo, variando entre R$ 400,00 a R$ 1000,00. A presença do vírus no sêmen pode ser detectada mesmo um bom tempo depois da eliminação do agente no sangue. Um estudo publicado na revista “Emerging Infectious Diseases” já detectou Zika no sêmen de um paciente 62 dias depois do início dos sintomas.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) já considera a transmissão sexual do vírus Zika um fato confirmado, embora médicos ainda não saibam os efeitos de um tratamento in vitro feito por um doador infectado. O infectologista Ciro Martinhago, do laboratório Chromossome, acredita que ocorra o impedimento da gravidez. “Os estudos estão começando agora. A gente acredita que possa haver a destruição do embrião, que ele não iria para frente”, diz.