Pílula do precisa ainda passar por testes clínicos

O CFM (Conselho Federal de Medicina) recomenda aos médicos brasileiros não receitarem a fosfoetanolamina sintética (pílula do câncer) até que a eficácia e a segurança substância, no tratamento de câncer, sejam comprovadas cientificamente, em nota divulgada hoje (14).

O CFM, a Associação Médica Brasileira (AMB) e a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), em março já alertavam para a liberação do uso da substância sem que ela passasse pelos teste clínicos. Em artigo “'O perigoso caso da ‘pílula do câncer'”, os presidentes das três entidades se posicionaram contra o projeto de lei.

 

NOTA DO CFM AOS MÉDICOS E À SOCIEDADE:

Posição do CFM sobre a sanção da Lei nº 13.269/2016

Na hierarquia das normas, prevalecem as leis sobre as resoluções. Assim, com base no princípio da legalidade, a Lei nº 13.269/2016, publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira (14), permite ao médico a prescrição da fosfoetanolamina.

Não obstante, é um dever institucional do Conselho Federal de Medicina (CFM) alertar os médicos e a sociedade brasileira sobre a necessidade de pesquisas clínicas que possam assegurar a eficácia e segurança dessa substância para posterior uso na rotina da prática médica, de acordo com as disposições contidas na Resolução CFM nº 1.931/2009, o Código de Ética Médica (CEM), e com respaldo na Lei nº 12.842/2013, a Lei do Ato Médico, que em seu artigo 7º, atribui ao CFM o reconhecimento do que é terapêutica experimental em medicina no País.

Portanto, o CFM não recomenda a incorporação da fosfoetanolamina no arsenal terapêutico antineoplásico até o seu reconhecimento científico com base em evidências, de sua eficácia e segurança, a serem obtidas nas conclusões de pesquisas clínicas.

 

(sob supervisão de Marta Ferreira)