OMS quer impostos sobre refrigerantes para reduzir açúcar

Segundo novas recomendações da OMS, o açúcar não pode ultrapassar 10% do consumo diário de energia de uma pessoa

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Segundo novas recomendações da OMS, o açúcar não pode ultrapassar 10% do consumo diário de energia de uma pessoa

A comunidade médica e científica internacional fecha o cerco contra o consumo de açúcar, no que promete abrir uma batalha com a indústria de alimentos e exportadores, como o Brasil.

Segundo novas recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), o açúcar não pode ultrapassar a marca de 10% do consumo diário de energia de uma pessoa, sob o risco de gerar sérios problemas de saúde.

Para a entidade, governos precisam restringir a publicidade para crianças de refrigerantes e de alimentos processados, além de elevar impostos sobre produtos com altos valores de açúcar.

Outra medida sugerida é reforçar leis sobre a etiquetagem de produtos para incluir detalhes sobre o volume de açúcar. A OMS também pede que governos e a indústria de alimentos sentem para negociar uma redução no volume de açúcar nos alimentos processados.

Uma redução ainda mais dramática, para apenas 25 gramas por dia – ou seis colheres de chá -, traria vantagens ainda mais claras. Isso representaria um limite de apenas 5% no total de energia consumida por um adulto ou criança.

A recomendação da OMS não inclui o consumo de frutas e legumes em seus cálculos e nem o açúcar presente no leite. Para os especialistas, o valor se refere aos açucares tratados são os monossacarídeos, como glucose e frutose adicionados em bebidas e alimentos.

A proposta aos governos é fruto de um trabalho de doze meses que incluiu especialistas de todo o mundo, incluindo a Universidade de São Paulo (USP).

“Temos evidências sólidas para mostrar que manter o consumo de açúcar abaixo de 10% do consumo de energia reduz os riscos de sobrepeso, obesidade e problemas dentários”, declarou Francesco Branca, diretor da OMS para Nutrição. “Fazer mudanças em políticas nessas áreas será fundamental se governos quiserem atingir suas metas de redução de doenças não-transmissíveis”.

De acordo com a entidade, uma grande parte do consumo de açúcar hoje está “escondida em alimentos processados e que não são vistos normalmente como doces”.

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