OMS pede que sejam evitados nomes que estigmatizam novas doenças

As doenças frequentemente são “batizadas” fora da comunidade científica

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

As doenças frequentemente são “batizadas” fora da comunidade científica

A OMS (Organização Mundial da Saúde) pediu nesta sexta-feira que os países e instituições adotem melhores práticas para dar nome a novas doenças infecciosas e evitar assim efeitos negativos “sobre nações, economias e povos”.

“Nos últimos anos surgiram várias doenças infecções humanas novas e o uso de nomes como ‘gripe aviária’ ou ‘Síndrome Respiratória do Oriente Médio’ teve um impacto negativo involuntário ao estigmatizar certas comunidades e setores econômicos”, disse em Genebra o diretor-geral adjunto da OMS, Keiji Fukuda.

Fukuda pediu para não tratar esta questão de maneira trivial porque é algo que realmente tem consequências sobre as pessoas e países afetados.

“Observamos que os nomes de certas doenças provocam uma reação violenta contra membros de comunidades étnicas ou religiosas específicas, impõe barreiras injustificadas para as viagens, para o comércio e levam ao sacrifico desnecessário de animais destinados ao consumo”, explicou.

As doenças frequentemente são “batizadas” fora da comunidade científica e uma vez que seu nome seja divulgado através da internet, é muito difícil trocá-lo.

Por isso, a OMS pediu hoje aos responsáveis que, desde o primeiro momento, utilizem um nome que seja apropriado do ponto de vista científico e socialmente aceitável.

A OMS indicou que “a melhor prática é que no nome da doença tenha a ver com os termos descritivos genéricos e se baseie nos sintomas que provoca”.

Em um segundo momento é possível adaptar ou ampliar o nome, uma vez que haja informação sobre como se manifesta o mal, se afeta grupos populacionais concretos ou surge em uma temporada determinada do ano.

A chamada da organização pede também que sejam evitados nomes relacionados com localizações geográficas, como a gripe espanhola, a febre do Vale do Rift e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio.

A organização também recomenda sejam evitados nomes relacionados com espécies animais, como gripe aviária e gripe suína.

Conteúdos relacionados