Mães esclarecem dúvidas sobre a hora do parto
Ginecologista e obstetra orienta que parto normal é a melhor opção para mãe e para o bebê
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Ginecologista e obstetra orienta que parto normal é a melhor opção para mãe e para o bebê
A resolução do Ministério da Saúde, Normativa nº 368, que estabelece normas para o estímulo ao parto normal e a consequente diminuição das cesarianas desnecessárias na saúde suplementar pode até mudar a opinião de algumas gestantes, mas o Midiamax foi ouvir mulheres que já são mães. Mesmo sendo mães cedo, essas mulheres já têm opinião formada sobre a hora do parto e o momento certo de ‘trazer o filho ao mundo’.
A vendedora de 22 anos Ana Beatriz Prado tem uma filha de quatros anos e quando ficou grávida fez o pré-natal através de um plano de saúde, mas o parto foi feito pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Beatriz relatou que não poderia fazer a cesárea, mas mesmo se tivesse opção teria optado pelo parto normal.
“Tenho pressão baixa, não poderia fazer cesárea. A recuperação da cirugia é muito demorada e o corpo não volta nunca mais ao que era antes”. Durante o pré-natal Beatriz afirmou que o médico conversou com ela e sempre recomendou o parto normal. “Me disse que o parto normal seria bom tanto para a criança quanto para mim”.
A estudante Paola Bacelar Servat, de 21 anos, teve medo de fazer o parto normal e optou pela cirurgia. Ela é mãe de uma menina de dois anos e conta que realizou todo o pré-natal e o parto através de um plano de saúde. Paola afirmou que não procurou a opinião de outras mulheres que já foram mães, mas que a médica tentou fazer com que ela mudasse de ideia.
“Eu fiz porque eu quis mesmo, não tive coragem de tentar ter normal. A minha médica tentou me convencer até o último dia de ter normal, porque ela é a favor do parto normal”, disse.
De acordo com Paola, ela entrou na sala de parto com oito centímetros de dilatação, mas por causa da dor já tinha escolhido fazer a cirurgia. “Por medo não tive coragem. De tanta dor, não estava mais aguentando”.
As escolhas do parto são de cada gestante, a estudante Thalysnne Fernandes, de 20 anos, tem dois filhos, um de quatro anos e outro de cinco meses, e em cada parto realizou um procedimento. “O primeiro cesárea e o segundo normal, ambos pelo SUS”, afirma Thalysnne. Para a estudante, que já passou pelos dois procedimentos, o parto normal é a melhor escolha quando não há riscos.
“Eu perdi líquido amniótico antes do parto (do primeiro filho) e se fosse normal seria parto seco e de risco. Mas eu prefiro o normal, sem duvida”, declarou.
Segundo a estudante a preferência pelo parto normal é pelos momentos pós-parto e pela orientação médica que teve. “Meu obstetra me orientou que a cesariana é uma cirurgia, e portanto apresenta inúmeros riscos, como qualquer outra. Segundo pela recuperação, a anestesia da cesárea é um conforto, não se sente dores, mas o pós-operatório é muito difícil”, afirmou.
Ainda de acordo com Thalysnne, os momentos com o filho contaram muito para escolha do parto. “No parto normal pude amamentar meu filho logo após o parto, na cesárea eu só pude ver o bebê após 24 horas. A recuperação do parto normal é muito mais fácil, tive alta do hospital no dia seguinte, além de ser um orgulho poder dizer que meu filho veio ao mundo pelo meu esforço, sem nenhuma intervenção”.
Orientação médica
A ginecologista e obstetra, Maria Auxiliadora Budib, orienta que o parto normal é a melhor opção para a mãe e para o bebê. “A cesárea seria a exceção, quando há risco para a mãe ou para o bebê, quando há patologia materna ou fetal que contraindique o parto vaginal, quando há sofrimento fetal”.
Ainda de acordo com a doutora, no Brasil, há mais de três décadas, a cesárea entrou como a opção natural de parto, e isso não foi questionado de maneira mais pontual. “Antes mesmo do Ministério da Saúde ou ANS fazerem posicionamento, vários profissionais ( médicos obstetras, obstetrizes, doulas, neonatologistas) e sobretudo as próprias mulheres já iniciaram o debate pelo retorno ao parto vaginal”, afirmou.
Para Maria Auxiliadora, a decisão sobre qual procedimento fazer tem que vim com apoio e informação, além do suporte necessário. “Como médica e como mulher creio que cada ser humano tem seu universo particular, seus medos, suas dores e precisa contar com apoio e informação para decidir o que acha melhor e ter suporte para isso. Não cabe mais na era da informação o desconhecimento e o medo não podem suplantar as evidências científicas”, concluiu.
Para quem tem dúvidas sobre qual procedimento realizar, Maria Auxiliadora indica o site www.amigasdoparto.com.br.
Dados
Um dos planos de saúde mais utilizados em Campo Grande, divulgou dados sobre a quantidade de partos normais e de cesarianas feitas pelo plano em 2013 e 2014. De acordo com dados da empresa, em 2013 foram realizados 2026 partos, do total, 92% foram cirurgias cesarianas, sendo 1896 procedimentos. Os 8% que representam os partos normais somam 157 partos.
Em 2014 foram realizados 2023 partos em gestantes conveniadas a empresa. Do total, 90% foram cesarianas e 10% partos normais, um total de 1814 cesáreas e 208 procedimentos normais.
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