A alta na inflação não é uma preocupação apenas brasileira, mas mundial. No entanto, quando comparado os preços do país com os das maiores economias do mundo percebe-se que eles estão muito acima da média. Por isso que na hora de fazer as compras vale apostar em estratégias para economizar sem comprometer a alimentação da família. 

De acordo com o relatório divulgado no início do mês pela pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a inflação acumulada no Brasil em 12 meses é a maior do G20, que é o grupo dos países mais ricos, ficando atrás apenas da Turquia e da Argentina.

Além disso, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em abril a inflação saltou para 12,13% no acumulado de 12 meses, a maior alta desde outubro de 2003. O que impacta diretamente no bolso do consumidor, principalmente na hora de ir ao supermercado, já que o setor alimentício é o que mais sofre mudanças no preço. 

Segundo a última Pesquisa Nacional da de Alimentos feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em março, o valor do conjunto dos alimentos aumentou em todas as capitais onde o Departamento realiza os levantamentos.

As altas mais expressivas ocorreram no (7,65%), em (7,46%), (6,36%) e (5,51%). A menor variação foi registrada em (1,46%).

Segundo o Dieese, fazem parte da Cesta Básica de Alimentos brasileira 13 itens, sendo carne, leite, feijão, arroz, farinha, batata, legumes (tomate), pão francês, café em pó, frutas (banana), açúcar, óleo e manteiga.

Impacto da inflação na cesta básica brasileira

O volume de crédito despejado em todo o mercado, como uma tentativa de amenizar a pandemia, gerou poder de compra à população, evitando uma crise maior. 

Contudo, provocou pressões de demanda em várias Regiões do mundo que, somado a desorganização das cadeias produtivas e fatores climáticos, afetaram os resultados nas colheitas de diversas plantações, provocando, consequentemente, o aumento no custo da cesta básica

Além disso, o resultado da inflação brasileira em abril, puxada pela alta dos combustíveis, demonstrou a maior alta para o mês desde 1995, segundo o IBGE. Desse modo, é possível observar que os preços apresentados pelo mercado tratam-se de um reflexo de outros setores que acabam acumulando os produtos nas prateleiras e gôndolas do supermercado. 

Mas então, como economizar na hora das compras sem comprometer a alimentação da família?

A última Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) feita pelo IBGE referente a 2017-2018 mostrou que em média os brasileiros comprometiam 22% da renda com alimentação. Contudo esse é um dado de quatro anos atrás, quando a inflação no país oscilava entre 2,95% e 3,75% e o salário mínimo ficava entre R$ 937 R$ 954. Na época o poder de compra da população era muito maior.

Com a alta na inflação, a população tem ido cada vez menos ao supermercado porque a renda caiu. Isso devido a ausência de reposição inflacionária nos salários da maioria dos trabalhadores.

Assim, para economizar e não comprometer a alimentação algumas táticas ajudam. Dessa forma, fazer uma lista do que precisa comprar antes de sair de casa diminui o tempo no supermercado e evita que o consumidor fique dando voltas nas sessões, diminuindo a tentação de comprar o que não precisa.

Além disso, definir um limite de quanto gastar e aproveitar os dias de promoção ajuda a controlar o orçamento. Alguns supermercados têm promoções de determinados produtos em certos dias da semana, então pesquisar os preços na região possibilita maior economia e ainda evita compras muito grandes. Pois ao encher o carrinho o cliente corre o risco de incluir produtos que a família não precisa.

Se há crianças em casa, outra sugestão é evitar levá-las às compras, se possível. Já que os pequenos podem ser mais atraídos por produtos mais caros e até supérfluos.  

Por fim, uma das dicas mais importantes é focar em fazer compras de produtos mais caros na segunda quinzena do mês. Isso porque a maioria das pessoas tende a fazer compras grandes logo que recebe o salário, até o quinto dia do mês. Então para garantir o fluxo de caixa, entre os dias 15 e 25 os supermercados passam a criar ofertas para atrair a clientela.

Essas alternativas possibilitam que o consumidor economize e ainda tenha dinheiro para as outras despesas. Entretanto, para não estourar o orçamento do mês é necessário ir além das economias no supermercado, já que, conforme o Dieese, o salário mínimo nominal do brasileiro é de R$ 1.212, contrapondo com o necessário que seria R$ 6.754,33 para a manutenção de uma família com quatro pessoas. 

Produtos que mais registraram aumento

A cada ida no mercado, o brasileito leva um susto diferente. Segundo a prévia da inflação de abril (IPCA-15), divulgada pelo IBGE em um ano, a população viu os produtos ficarem 15,38% mais caros.

A mandioca e a abobrinha, acumularam uma alta de 68% em um ano, 46,75% somente em 2022. Cenoura e tomate foram os que mais assustaram, com um aumento de 195% e 117,48% respectivamente, em um ano.

Em relação ao tomate, de acordo com o relatório da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a mudança da safra de verão com a de inverno eleva o preço. Já o motivo da cenoura ter ficado tão cara é porque houve uma queda na produção de Minas Gerais, o que provocou uma diminuição da oferta nos centros de abastecimento.

Outro produto que teve aumento de 38,68% foi a batata. De acordo com a Conab, o preço do legume também se manteve elevado por conta da transição das safras. O fenômeno ainda se repete nas frutas usadas pelos brasileiros, como a laranja-baía (25,4%) e o mamão (40,33%).

Além disso, em fevereiro deste ano foi registrado alta em todas as categorias de produtos e serviços. A alta dos combustíveis pode encarecer ainda mais os produtos e serviços. 

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