Nem ‘ETs’ e nem ‘fim do mundo’: clarão no céu da Capital pode ser meteoro
Relatos de ‘clarão’ no céu intrigaram campo-grandenses
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Relatos de ‘clarão’ no céu intrigaram campo-grandenses
Um clarão visto no céu de Campo Grande por volta das 20h da última quarta-feira (20) tem provocado discussões acaloradas nas redes sociais da cidade. Isso porque muita desinformação rodeou o assunto, que foi tratado desde a ‘vinda de ETs’ até ao ‘anúncio do fim do mundo’, previsto para este sábado (23).
Todavia, e preliminarmente, o mais provável é que o fenômeno se trate de uma ‘estrela cadente’, forma popular como os meteoros são conhecidos. É o que explica o estudante de física Valdiney Junior, 24, integrante do Clube de Astronomia Carl Sagan, da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul).
“Ainda não temos 100% de certeza, porque a aferição requer um pouco de tempo, mas pelo descrito é bem provável que se trate de um meteoro, um bólido, ou seja, um corpo celeste que adentra a atmosfera do planeta”, explica.
“O que acontece é que quando esse corpo celeste entra na atmosfera terrestre, ele entra com tanta velocidade que esquenta o ar em torno dele, fazendo com que se emita luz. E antes de atingir a superfície, ele se desintegra, fazendo com que a luz desapareça no céu”, explica o estudante sobre o fenômeno.
Condições favoráveis
De acordo com Valdiney, Campo Grande apresenta condições bastante favoráveis para a observação de corpos celestes, como planetas e satélites. Tudo vai depender de quanta luz a cidade vai ter. “É possível que no Centro da cidade um bólido não seja tão claramente notado quanto num bairro da periferia, onde a iluminação costuma ser mais fraca. Mas, de forma geral, Campo Grande apresenta condições para observações proveitosas”, relata.
Há dez anos em funcionamento, o Clube de Astronomia Carl Sagan é um projeto de extensão da UFMS que promove uma série de atividades para a divulgação da astronomia em Campo Grande. Às quintas-feiras, sempre às 18h, o grupo promove o cineclube Cine Cosmos, no qual filmes e documentários são exibidos, seguidos de debates. Regularmente, o grupo também promove observações astronômicas abertas ao público, com direito até a telescópio.
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Relate um bólido
Há muitos olhares para o céu de Campo Grande, levando em conta a incidência de bólidos e as condições de observação da cidade. Tanto é que a Casa da Ciência da UFMS mantém uma estação de registros e de estudos de meteoros em Campo Grande, a fim de contribuir para o desenvolvimento de estudos acerca de bólidos.
“Só nesta noite a Câmera da UFMS captou 4 meteoros. Na minha, capturei mais três. Todo dia tem captura”, relata Giovanni Rescigno, também estudante da universidade, e associado ao projeto EXOSS, que também atua no estudo de meteoros e bólidos no hemisfério sul.
“São 45 estações espalhadas pelo Brasil, mas no Centro Oeste, só eu e a casa da Ciência que temos essa câmera. A maioria é concentrada em São Paulo e no Rio de Janeiro”, explica.
Neste contexto, o projeto pede que quem tiver presenciado ou registrado o meteoro, que entre em contato pelo telefone (12) 98181-7597 (WhatsApp), com registros fotográficos do fenômeno. Quem relata um meteoro ou bólido recebe um certificado (veja foto na galeria).
Outras informações sobre o EXOSS pelo site da entidade: http://press.exoss.org/.
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