Para produtor de ‘Rei Leão’, não há musical sem Rouanet
Para ele, ndústria dos musicais pode acabar no Brasil
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Para ele, ndústria dos musicais pode acabar no Brasil
Dono da T4F Musicais e produtor de espetáculos como “Rei Leão” e o ainda inédito “Wicked”, Fernando Alterio disse nesta quinta-feira, em São Paulo, que a indústria dos musicais pode acabar no Brasil se for seguida a decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) que condenou o uso da Lei Rouanet por projetos com potencial lucrativo. Alterio criticou o tribunal dizendo que o argumento usado na decisão é muito subjetivo: “No ano passado, o Ministério da Cultura aprovou para captação de recursos via Lei Rouanet 43 projetos de musicais, no valor total de R$ 51 milhões. Todos eles tinham potencial de lucro. Caso contrário, ninguém iria produzir um musical”.
O produtor aproveitou o evento de lançamento do musical “Wicked”, que estreia no dia 4 de março, na capital paulista, para se posicionar a respeito da decisão do TCU. Segundo ele, sem os recursos de renúncia fiscal permitidos pela lei muitos projetos aprovados no ano passado não teriam se viabilizado, especialmente os de grande porte, como o espetáculo que está produzindo:
“Segundo o Ministério da Cultura, esses 43 espetáculos geraram 2.150 empregos diretos e 8.600 indiretos. Ou seja, até a classe artística sofreria um baque muito grande”.
Falando especificamente dos musicais, Alterio disse ainda que, mesmo com a aprovação do ministério, muitos projetos não conseguem captar o total do valor pedido. No ano passado, o montante de captação aprovado foi de R$ 5,3 bilhões, mas só foi efetivamente captado R$ 1,3 bilhão, o equivalente a 24% do bolo total.
“Esses espetáculos não vão existir. Ainda mais na crise que estamos vivendo. Sem a Lei Rouanet, não existe a possibilidade de substituir o patrocínio de renúncia fiscal por patrocínio direto. Será o fim dessa indústria”, afirmou.
Segundo o produtor, “Wicked” tem custo de R$ 16 milhões, mas teve permissão do ministério para captar R$ 15 milhões pela lei, que foram quase totalmente obtidos no início deste ano. Para ele, a contrapartida exigida pelo governo compensa a renúncia fiscal.
“Com “Rei Leão”, que ficou dois anos em cartaz, 256 mil ingressos foram vendidos a preços populares, com R$ 50 no valor inteiro e R$ 25 na meia. Entre ‘Rei Leão’ e ‘Mudança de hábito’, distribuímos ingressos sem custo no valor de R$ 29 milhões para cerca de 150 instituições”.
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