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Alcançar a tão sonhada independência, ter seu espaço sem depender da aprovação ou críticas de outras pessoas, curtir os benefícios da total liberdade e privacidade: quem nunca sonhou com isso? Mas a tarefa é menos simples do que parece e depende única e exclusivamente de um fator, que é o dinheiro. Muitas pessoas, as que podem optar dessa forma, deixam de sair da casa dos pais para poderem economizar mais. “É fato que morar com os pais acaba custando muito menos, ou mesmo que você divida as contas com seus pais, a economia com certeza acontece”, explica o economista Jorge Antônio Silva. Porém, segundo ele, não é a economia que leva uma pessoa a sair de casa. “Entre os motivos para morar só estão independência e sensação de liberdade. Não existe um custo financeiro para isso, é algo muito mais psicológico e uma escolha de cada pessoa”, indica. 

Dentro dessa escolha – sair ou não de casa – existe o fator chamado de “custo de vida”. “O custo de vida é a soma de todos os custos que você tem para viver, como aluguel, água, luz, alimentação, impostos obrigatórios e transporte, subtraídos da sua renda líquida, já que é essa verba que você terá em mãos para pagar de fato essas contas e evitar taxa de juros. É claro que existem muitos outros custos do mundo moderno como cartão de crédito, empréstimos, lazer. Para calcular seu custo de vida, é preciso saber exatamente as suas demandas de gastos e quanto custa cada coisa na sua cidade”, afirma o economista. 

O portal Custo de Vida, que conta com a colaboração de usuários da Rede para estabelecer parâmetros de preços para praticamente todas as cidades do país, define que morar em te coloca como residente na 91ª cidade mais cara do Brasil. Ali os preços do custo de vida (da gasolina ao almoço no restaurante barato e também em um mais caro) estão à disposição. Para quem está saindo para morar sozinho na Capital, saber esses custos básicos pode ser de grande ajuda. 

Experiência de quem saiu

A analista de Recursos Humanos Camilla Bonfim, de 26 anos, decidiu sair da casa dos pais há 5 meses, e compartilha a experiência com a reportagem do MidiaMAIS. “Decidi sair pois queria ter meu espaço, com meu salário de R$ 2,2 mil, que teria que dar para todas as despesas”, enaltece. Ela encontrou um aluguel de R$ 450 com taxa de condomínio de R$ 100, mas afirma que sua kitnet é bem pequena. Para ela, morar sozinho é, em determinados momentos, abrir mão de certos confortos em nome da privacidade e liberdade. Além disso, a analista conta que comprou seus eletrodomésticos e itens básicos da casa cerca de 1 ano antes da mudança. “Achei que se deixasse para comprar na mudança, ia pesar no orçamento”, relembra. 

Do ponto de vista econômico, Jorge Antônio Silva diz que a atitude dela foi bem pensada e equilibrada. “Se ela simplesmente sair comprando, pode perder promoções que são sazonais nas lojas, por exemplo a Black Friday que tivemos há alguns dias. Se há uma margem de manobra para a compra de geladeira, fogão, cama, tudo que é necessário, dá tempo de pesquisar mais. Outra recomendação é você juntar uma quantia suficiente para uma emergência, em média 3 salários seus, já é mais que suficiente”, enaltece o economista.