Ação envolve entidades e voluntários

Basta olhar com um pouco mais de atenção, eles estão por todos os lados, silenciosos e esperando por ajuda. Abandonados, perdidos, vítimas da fome, do medo e dos maus tratos, os animais que estão nas ruas ou aqueles que não contam com um dono responsável, necessitam do amparo de pessoas que dedicam seu tempo e recursos financeiros para ajudá-los. ONG’s (Organizações não Governamentais) e voluntários, unidos na mesma causa, trabalham para reduzir o abandono e sofrimento dos animais.

Entretanto, o número de animais que necessitam de ajuda é sempre muito maior que a possibilidade das ONG’s e dos voluntários, denominados protetores, pessoas que atuam em grupo ou individualmente na causa animal. Os custos com resgates, tratamentos veterinários, medicamentos e alimentação são muito altos, o que acarreta em grandes dívidas e a ajuda da população é essencial para que os animais assistidos contem com um atendimento adequado até encontrarem novos lares. 

Por este motivo, no próximo dia 5 de novembro, das 8h as 14h acontece nos altos da Avenida Afonso Pena,  em Campo Grande, a I Campanha de Arrecadação, uma ação conjunta envolvendo as seis ONG’s da cidade e voluntários com o objetivo de arrecadar ração para cães e gatos, produtos de limpeza, medicamentos e produtos de higiene animal (shampoo, sabonete, talco, tapetes higiênicos, areia sanitária e fraldas para animais deficientes).  Integram a ação: Abrigo dos Bichos, Cão Feliz, Ammar CG (Amigas de um Mundo Melhor para os Animais de Rua), Vira Latas Ms, Fiel Amigo e Anjos de 4 patas.

Atuante na causa animal há três.anos, a professora Bruna Rajão é a idealizadora da ação e representante dos voluntários independentes e realiza diversas ações pelo bem-estar dos animais. A iniciativa da campanha surgiu após assistir a uma reportagem onde uma ONG de são Paulo realizou uma campanha de arrecadação de ração e suprimentos necessários para o atendimento aos resgates. “Vi que a SUIPA (Sociedade União Internacional Protetora dos Animais) fez um evento de arrecadação de ração e tive a ideia de fazer o mesmo para ajudar todas as ONG’s de Campo Grande e também as pessoas que, mesmo sem vínculos com entidades, ajudam a causa”, conta Bruna.  

A professora e voluntária destaca que a atuação não recebe nenhum tipo de ajuda dos governos e que além dos recursos próprios, contam apenas com a solidariedade de pessoas simpáticas ao trabalho realizado e algumas empresas. “Não podemos mais fazer muito, já que as ONG’s e lares temporários estão lotados e há ainda grande dificuldade de conseguir adotantes”, avalia. 

Conscientização

Outro grande problema envolvendo os animais é a falta de consciência de muitas pessoas que, enjoam, deixam para trás em mudanças ou em casos de doença ou velhice do animal, entre tantas outras situações, delegando às ONG’s e voluntários a responsabilidade pelo bichinho. “As pessoas precisam se conscientizar que o problema de um se torna o problema de outro à partir do momento que existe uma relação de interdependência entre a população e as ONG’s. Cada um precisa fazer a sua parte e acima de tudo, compreender que os animais necessitam de cuidados, são uma vida”, relata.   

Os números dos resgates – Em geral, os animais resgatados estão muito debilitados, doentes ou vítimas de atropelamentos ou maus-tratos, por isso, os custos com o atendimento são altos. Atualmente, as seis ONG’s e os voluntários envolvidos na ação somam cerca de 200 animais e uma dívida superior a R$ 60 mil em clínicas veterinárias, além dos custos com ração, higiene, limpeza e medicamentos.

“Toda ajuda é importante. Pode ser aquele medicamento que seu animal usou e não precisa mais, produtos de limpeza, principalmente sabão em pó e água sanitária, tapetes higiênicos e fraldas que utilizamos muito para os animais deficientes, ração para cães e gatos, tanto adultos quanto filhotes e produtos para a a higiene animal. Todos podem fazer parte dessa corrente do bem”, finaliza Bruna.