Medicamentos para dormir, como diazepam, podem triplicar o risco de câncer de pulmão

Estudo adverte para taxa mais elevada de tumores

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar

Estudo adverte para taxa mais elevada de tumores

Comprimidos tomados por milhões de pessoas em todo o mundo para que elas possam dormir, podem triplicar o risco de câncer de pulmão, revela nova pesquisa.

O estudo adverte que tomar os medicamentos regularmente implica em uma taxa mais elevada de tumores mortais. Os resultados de cerca de 30.000 pessoas também revelaram que eles aumentam o risco de desenvolvimento de câncer de boca, nariz e traqueia.

Os cientistas disseram que, aqueles que utilizam regularmente pílulas para dormir, pelo menos duas vezes por semana, tinham 2,5 vezes mais chances de desenvolver câncer das vias aéreas do que os não-usuários. E naqueles que usam as drogas por três anos ou mais, o risco apareceu de forma ainda maior.

O estudo, que começou há 20 anos, envolveu cientistas da Noruega, Finlândia e Reino Unido, e é considerado o maior no destaque do risco de câncer pelo uso de soníferos (ou ansiolíticos). Uma série de estudos menores já sugeriram uma ligação, mas eram pequenos demais para serem conclusivos.

A pesquisa não prova que as pílulas populares, chamadas de benzodiazepínicos, sejam cancerígenas. Mas, em um relatório sobre suas descobertas, os cientistas alertam: “Mais pesquisas são urgentemente necessárias para determinar se medicamentos atuais para dormir aumentam o risco de câncer”.

Cerca de um em cada dez britânicos usam comprimidos para dormir, prescritos por médicos. No Brasil, também é grande o número de usuários, bem como nos EUA. Temazepam é um benzodiazepínico muitas vezes prescrito para insônia, em toda a Europa, assim como outros medicamentos populares, como o diazepam.

Nos EUA, a partir de 2008, um estudo descobriu que 5,2 % dos adultos americanos estavam tomando medicamentos para combater a insônia. Mas eles têm sido perseguidos por questões de segurança. Drogas benzodiazepínicas têm sido associadas à doença de Alzheimer.

E em 2013, os cientistas advertiram que drogas Z-hipnóticas (sedativo-hipnóticos) aumentaram o risco de ataques cardíacos em até 50%. Elas também têm sido associadas a comportamentos perigosos do sono.

O estudo recente, feito por uma equipe do Instituto Norueguês de Saúde Pública, analisou os registros de milhares de trabalhadores do setor público. Cada um foi regularmente questionado sobre temas de estilo de vida, incluindo padrões de sono e o uso de todos os tipos de pílulas para dormir, durante quase 20 anos. Os resultados mostraram apenas um pequeno aumento no risco de câncer. Mas, quando os cientistas analisaram os cânceres respiratórios – aquelas que afetam as vias aéreas – eles encontraram um aumento preocupante.

Pílulas para dormir têm sido associadas a um maior número de infecções que podem permitir que as células cancerígenas cresçam. Os investigadores, contudo, observam que os resultados também podem ter sido afetados por taxas de tabagismo. “A associação entre o uso de medicamentos para dormir e um aumento do risco de mortalidade tem sido documentada em mais de 20 estudos. Embora a maioria das pesquisas tenha se concentrado em todas as causas de mortalidade, alguns estudos descobriram que medicamentos para dormir estão especificamente relacionados com as mortes por câncer”,disseram em um relatório.

A Cancer Research UK disse que ainda é muito cedo para tirar conclusões sobre os perigos do uso da pílula para dormir. “O melhor conselho para reduzir o risco de câncer continua sendo o mesmo: não fumar, ter uma dieta equilibrada, manter um peso saudável, reduzir o álcool, ser ativo e desfrutar do sol de forma segura”, disse Sarah Williams, gerente de informações de saúde da instituição.

Conteúdos relacionados

rotativo