Ivo Holanda, o ‘Rei das pegadinhas’: uma fórmula que resiste ao tempo

Aos 80 anos, comediante conta ter contrato vitalício com o SBT

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Aos 80 anos, comediante conta ter contrato vitalício com o SBT

 Ivo Holanda ainda se lembra da primeira pegadinha da qual participou. O ano era 1982, e a brincadeira constituía em cantar ópera no ouvido dos clientes de uma barbearia. Na época, Holanda participava do humorístico “Alegria 81”, na emissora, e havia conquistado a simpatia de Silvio Santos com seu jeito espontâneo e engraçado. Teve início, assim, um dos grandes casos de amor da TV, entre o comediante de 80 anos e o SBT. Caso que já dura 33 anos, sem sinais de desgaste.

— Tenho contrato vitalício graças a um homem chamado Silvio Abravanel (nome verdadeiro de Silvio Santos). Minha maior alegria é trabalhar numa boa empresa e produzir. Se cheguei onde cheguei é porque algo de bom eu fiz. Mostro trabalho direito, honesto, e, se alguém falar mal do Silvio, eu saio de perto — valoriza Holanda, que já chegou a se fantasiar de galinha para dançar ao lado de Gugu Liberato, no “Viva a noite”. — Hoje em dia o Gugu mal acena para mim. Se quer conhecer alguém de verdade, promova-o de cargo.

De lá para cá, perdeu a conta de quantas pegadinhas participou, e se surpreende quando vê no ar algo de que não se lembra. Por isso, compara-se ao Chaves. E se autodenomina o “rei das pegadinhas”.

— São três reis no Brasil: o rei Pelé, o rei Roberto Carlos e eu!

Hoje, ele conta não ter horário de expediente definido. Fica “24 horas à disposição” do canal. E só fica sabendo o que vai fazer na hora de gravar.

— É na hora. No início, eu até perguntava, mas o diretor dizia “Não interessa”. Eu, então, abordava as pessoas e tentava agitá-las — relembra Ivo, que, para aguentar o ritmo, faz fisioterapia, caminhadas e exercícios “de leve”. — Ninguém é de ferro ou aço, mas meu avô sempre dizia que o trabalho não mata ninguém.

Bem-humorado, Ivo se irrita ao explicar que as pegadinhas não são armadas. Ele jura que tudo rola no calor da emoção.

— Não há necessidade de roteiro, esquema, ensaio. Senão, as vítimas não reagem de acordo. Sou suspeito, mas noto que por aí tem muita coisa armada. Se o Silvio descobrisse qualquer armação, cortava o quadro — defende ele, que foi proibido pelo patrão de reagir a qualquer grosseria. — Eu levo como diversão. O que não gosto é videocassetada. Você acha normal rir de alguém que caiu de uma bicicleta e se machucou?

Para abordar suas “vítimas”, ele diz, precisa se disfarçar. Só não conseguiu sair incólume de um passeio em família.

— Estava no restaurante, e meu neto gritou: “Olhem para o meu avô, é o Ivo Holanda, do SBT” — empolga-se.

 

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