Depois de viralizar, campanha contra direitos de pessoas com deficiência é ‘desmascarada’

Objetivo da campanha era realmente provocar indignação

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Objetivo da campanha era realmente provocar indignação

Nos últimos dias, uma série de ações publicitárias promoveu não só na Internet, mas em diversos espaços públicos de Curitiba, uma série de conteúdos que questionavam os direitos de pessoas com deficiência, tratando-os como ‘privilégios’. De forma geral, o ‘Movimento pela Reforma de Direitos’ (MRD), que assinou a iniciativa, buscava apontar o exagero do número de vagas destinadas a cadeirantes, das vagas em cotas para pessoas com deficiência em concursos públicos e até intervenções urbanas por acessibilidade e isenção de impostos para pessoas com mobilidade reduzida.

Como era de se esperar, a campanha causou desconforto nas redes e causou polêmica. Na fanpage da iniciativa, usuários do Facebook protestavam contra a insensibilidade do MRD, com comentários raivosos e agressivos. Mas, a verdade veio à tona nesta terça-feira e confirmou o que muitos suspeitavam: nas vésperas do Dia Internacional da Pessoa com Deficiência Física, a ser celebrado no próximo dia 5, a ideia por trás de defender o fim dos privilégios era justamente causar a indignação diante da inversão de valores para, em sequência, questionar: ‘se tantos se revoltaram, por que tantos ainda desrespeitam’?

“Nós sabemos que vocês ficaram chocados com as reivindicações feitas pelo movimento. E esse choque é o nosso alívio. O desrespeito que aconteceu na Internet durou só um dia, mas as pessoas com deficiência enfrentam essa afronta todos os dias”, apontou a presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Mirella Prosdócimo.

1/4 da população

Quando se fala de pessoas com deficiência física, fala-se de aproximadamente 24% da população brasileira. E as políticas de inclusão servem justamente para que este 1/4 da população viva com dignidade “Esperamos que cada um que se revoltou, na Internet, seja uma voz real na luta pelos nossos direitos. Que não se calem ao ver uma pessoa com deficiência sendo desrespeitada ou discriminada”, concluiu Prosdócimo.

 

 

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