A senadora Tereza Cristina (PP), usou as redes sociais para prestar apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PP), que foi alvo da Operação da Polícia Federal na manhã desta sexta-feira (18). Além de usar tornozeleira eletrônica, ele ficará sem acesso às redes sociais, conforme determinação do STF (Supremo Tribunal Federal).
Bolsonaro também está proibido de ter acesso a outros investigados nos atos do 8 de janeiro e diplomatas ou embaixadores estrangeiros. As informações são de que o ex-presidente teria pedido asilo a Donald Trump.
“Lamento essa escalada dos fatos. Tenho defendido sempre cautela e maturidade para enfrentarmos os fatos os graves problemas do Brasil, inclusive para manter abertas as negociações sobre tarifas que tanto podem prejudicar o nosso povo. Minha total solidariedade ao presidente e sua família; é preciso resiliência neste momento difícil”, disse a senadora.
Ainda pela manhã, o ex-presidente Jair Bolsonaro comentou sobre a ação penal da trama golpista e o tarifaço de Donald Trump. Bolsonaro não escondeu a surpresa com determinação do STF despachada pelo ministro Alexandre de Moraes.
Segundo o ministro, as investigações contra o ex-presidente mostraram indícios de que Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro têm praticado atos ilegais mencionados no Art. 344 do Código Penal (coação no curso do processo), além de obstrução de investigação penal que envolva organização criminosa e atentado à soberania.
O ex-presidente voltou a afirmar que está sendo perseguido pelo sistema judiciário do Brasil. “Eu não tenho menor dúvida que isso é perseguição. É só suposições”, relatou Bolsonaro.
Em seguida, Bolsonaro afirmou que está à disposição para negociar as tarifas de 50% impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Segundo ele, o Brasil é o único país que não está negociando. “Em 2019, o Trump queria colocar tarifas sobre o aço alumínio, eu resolvi, não foi tarifado, o mundo todo tá negociando, menos o Brasil”, concluiu.
‘Sair do Brasil é a coisa mais fácil’
O ex-presidente afirmou que, diante das imposições das medidas cautelares, estava se sentindo humilhado. “Sou um ex-presidente da República, tenho 70 anos de idade. É uma suprema humilhação“, disse.
O ex-presidente afirmou ainda que não sabe o que deve fazer, mas que deveria se reunir com político do PL (Partido Liberal) para saber os próximos passos.
Indagado se planejava sair do país, Bolsonaro negou em tom de deboche. “Nunca pensei em sair do Brasil e ir para embaixadas. Sair do Brasil é a coisa mais fácil que tem” afirmou.
Assim, o ex-presidente afirmou que a operação é relacionada a um novo inquérito ligado ao seu filho, Eduardo Bolsonaro, deputado licenciado que está nos Estados Unidos. Segundo ele, o filho deve permanecer no país por mais tempo. “Ele deve continuar nos Estados Unidos; se ele vir pra cá, terá problemas”.
Bolsonaro falou ainda que se sente sufocado com novas medidas, visto que não poderá ter mais contato com Eduardo Bolsonaro — caso a medida seja desrespeitada, ele pode ser preso. Afirmou ainda que o deputado está nos EUA para “lutar por democracia e liberdade”.
Moraes também proibiu o ex-presidente de se comunicar com outros réus da trama golpista e embaixadores. Bolsonaro confirmou que tinha marcado um almoço com embaixadores na próxima semana, mas não especificou de quais países.
Em entrevista para agência de notícias internacionais, Bolsonaro falou sobre o poder do STF e afirmou que é o único candidato que pode derrubar o atual presidente do Brasil. “O poder do Supremo é enorme. O Supremo perdeu a mão. Quem comanda o Brasil é o Alexandre de Moraes […] Eles querem me tirar, de vez, do jogo político, eu sou o único que pode ganhar do Lula”, concluiu.
Desde a semana passada, Bolsonaro voltou a ser assunto após o tarifaço do governo de Donald Trump, na tentativa de pressionar o Judiciário brasileiro no processo dos atos de 8 de janeiro.
A PGR (Procuradoria-Geral da República) pediu que Bolsonaro fosse condenado a 43 anos de prisão, por ser a cabeça por trás da trama golpista.