O deputado federal pelo PL de Mato Grosso do Sul, Marcos Pollon, considerou a ação da Polícia Federal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) — suspeito de liderar organização criminosa que planejou os ataques antidemocráticos do 8 de janeiro — como “mais do que uma agressão, um símbolo”.
Pollon afirmou que as buscas feitas na casa do ex-presidente e as imposições de uso de tornozeleira e restrições de acesso às redes sociais, contato com o filho Eduardo Bolsonaro — que está residindo nos Estados Unidos em articulação direta a Donald Trump nas ofensivas recentes ao governo brasileiro — representam uma escalada do que o parlamentar considera “ditadura”.
“Eu fico muito triste pela família, principalmente pelo Eduardo, porque você vê, o Trump foi muito específico no que ele colocou, e aí a ditadura escala mais um pouco. A questão é, eles podem prender qualquer pessoa a qualquer momento sem justificativa nenhuma, e aí a gente pensa, que o ato de hoje, ele mais do que uma agressão, ele é um símbolo. Porque antes de prender todo mundo, eles vão humilhar um por um”, afirmou Pollon em vídeo nas redes sociais.
O parlamentar disse ainda que, apesar de indignado, não estaria surpreso com a ação policial contra o ex-presidente, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
‘Ta feia a coisa’
No vídeo publicado no Instagram, com a legenda “Ta feia a coisa”, Marcos Pollon ainda afirmou que “a coisa está tomando um rumo que nos próximos quatro meses, ou o Brasil apruma, ou vai ser como a gente vem falando há bastante tempo: uma Venezuela”.
Ele disse estar “muito triste” pelo ex-presidente, pela família de Bolsonaro, em especial o filho Eduardo, com quem Pollon estava há poucos dias. “A barra dele lá tá bem pesada cara, bem pesada, bem pesada e agora a gente acorda com um barulho desse. E o cachaceiro dobra aposta e o Alexandre Moraes idem. Deus tenha misericórdia do Brasil”, finaliza o deputado.
Eduardo Bolsonaro tem sido apontado como o principal articulador das manifestações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que impôs sanções tarifárias aos Brasil na semana passada, impactando significativamente a cadeia de exportação brasileira com taxas que chegam a 50%.
As movimentações do filho do ex-presidente têm servido de ‘prato cheio’ para a oposição de Bolsonaro acusar a família de usar as relações comerciais dos países e os interesses econômicos do Brasil como chantagem para que a Justiça brasileira alivie a situação enfrentada pelo ex-presidente no Supremo Tribunal Federal.
Operação mira Bolsonaro
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi alvo, nesta sexta-feira (18), de uma operação da Polícia Federal determinada pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.
Bolsonaro terá que usar tornozeleira eletrônica e, segundo apurou o UOL, foi à superintendência da PF em Brasília com carro próprio para colocar o dispositivo. A decisão também impõe restrições severas, incluindo:
- Proibição de contato com outros réus e investigados, como seu filho Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos e atua como elo com o ex-presidente Donald Trump;
- Recolhimento domiciliar das 19h às 7h e nos finais de semana;
- Proibição de comunicação com embaixadores e diplomatas estrangeiros;
- Impedimento de acesso a redes sociais;
- Restrição de aproximação de embaixadas — em novembro de 2024, Bolsonaro afirmou que se sentia perseguido e cogitava pedir refúgio em embaixada caso houvesse ordem de prisão.
A operação foi autorizada após parecer favorável da Procuradoria-Geral da República. Agentes da PF cumpriram mandados de busca e apreensão nas residências de Bolsonaro em Brasília e no Rio de Janeiro, além da sede do PL.
As suspeitas são de coação no curso do processo, obstrução de Justiça e ataque à soberania nacional.
A defesa do ex-presidente divulgou nota dizendo que ele “recebeu com surpresa e indignação a imposição de medidas cautelares severas” e que “sempre cumpriu com todas as determinações do Poder Judiciário”. O partido ainda não se manifestou oficialmente.
Durante a ação, os agentes apreenderam cerca de US$ 14 mil na casa do ex-presidente, em Brasília. A investigação apura se o valor poderia ser utilizado em uma eventual tentativa de fuga.
As medidas fazem parte da PET nº 14129 em andamento no Supremo Tribunal Federal.
Sabe de algo que o público precisa saber? Fala pro Midiamax!
Se você está por dentro de alguma informação que acha importante o público saber, fale com jornalistas do Jornal Midiamax!
E você pode ficar tranquilo, porque nós garantimos total sigilo da fonte, conforme a Constituição Brasileira.
Fala Povo: O leitor pode falar direto no WhatsApp do Jornal Midiamax pelo número (67) 99207-4330. O canal de comunicação serve para os leitores falarem com os jornalistas. Se preferir, você também pode falar com o Jornal direto no Messenger do Facebook.
***