Após um ano e cinco meses de monitoramento, a -pintada ‘Joujou' pode ser considerada, de fato, um animal ‘livre'. Resgatado durante os incêndios do Pantanal em 2020, felino foi solto à natureza no ano passado, mas tinha seus passos rastreados. Agora, uma nova fase se inicia na vida de Joujou: seu colar com sinal GPS foi solto e está livre para reconstituir sua espécie no habitat. A estimativa é que a onça tenha entre 4 e 5 anos.

Acompanhamento era realizado pelo IHP (Instituto Homem Pantaneiro). Para os pesquisadores, tudo saiu como previsto. Além disso, fim do monitoramento mostra que o animal se recuperou e período de adaptação foi vencido. Para especialistas, essa é mais uma conquista na preservação da espécie, que está ameaçada de extinção.

Resgate de Joujou

Joujou é um macho resgatado na Serra do Amolar durante os incêndios em novembro de 2020. Ele foi retirado da região pela equipe do GRETAP com apoio de parceiros, dentre eles a CRMV MS, Instituto Tamanduá, UCDB, Semagro/Imasul, Ampara Silvestre, e Esquadrão Onça da Força Aérea.

Na época, animal sofreu várias queimaduras de 2º e 3º grau nas patas devido às chamas. Posteriormente, foi diagnosticado com pneumonia provocada pela fumaça.

A onça foi tratada e reabilitada no CRAS/Imasul, em Campo Grande, onde passou por tratamento. Como estava em condições de voltar a natureza, foi realizada a soltura em 23 de janeiro de 2021.

Após dois meses e meio de tratamento, animal foi solto na Serra do Amolar com colar de monitoramento, do programa Felinos Pantaneiros. Segundo o IHP, bateria do equipamento dura cerca um ano. Portanto, já era esperado que soltura ocorreria neste período.

“Desde janeiro de 2021, quando foi solto na Serra do Amolar, temos acompanhado os passos do Joujou […] O monitoramento chegou ao fim, mas temos certeza de que ele não só se recuperou como está totalmente integrado à natureza […] as áreas ocupadas registradas foram as RPPNs Acurizal, Penha, Rumo ao Oeste e no Parque Nacional do Pantanal Matogrossense (Parna), mostrando também a importância dessas unidades de conservação que é a Rede de e Conservação da Serra do Amolar”, explica o coordenador do programa Felinos Pantaneiros, Diego Viana.

Felino se alimenta
Felino se alimenta principalmente de jacarés e capivaras (Foto: Nathalie Foerster)

Readaptação à natureza

A felicidade de retornar ao habitat foi extrema para Joujou. Isso porque a onça, durante o monitoramento, chegou a andar 15 quilômetros em um único dia. A média diária era de 5 quilômetros.

Os hábitos alimentares do animal também ficaram conhecidos. Durante monitoramento, felino se alimentava principalmente de jacarés e capivaras. Atualmente, ele vive e costuma se deslocar em uma área de 102 km quadrados, na Serra do Amolar.

Para o médico-veterinário Geovani Tonolli, este momento é ainda mais especial. Ele chegou ao Pantanal exatamente no dia em que Joujou foi resgatado e, agora, é o responsável por recolher o colar com GPS.

“É muita emoção pessoal e, com certeza, um momento mágico. O colar se soltou em um dos locais mais lindos da Serra do Amolar, no cartão postal. Cheguei ao Pantanal no dia do resgate dessa onça, de certa forma participei do tratamento, soltura, participei do monitoramento e, agora, fui responsável por recolher o colar”, comemora Tonolli.

Sobre a Rede do Amolar

A Rede de Proteção e Conservação da Serra do Amolar (Rede do Amolar), é o maior programa do IHP. Foi criado em 2008 e tem como finalidade propor ações de gestão integrada entre as organizações parceiras para proteção de 276.000 hectares, sendo que 201.000 hectares legalmente protegidos.


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