Chapecoense: relatório final diz que falta de combustível causou acidente
Aeronáutica Civil da Colômbia apresentou relatório
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A Aeronáutica Civil da Colômbia apresentou na manhã desta sexta-feira as conclusões do relatório final sobre o desastre com o avião da LaMia, que caiu no dia 29 de novembro de 2016, levando a delegação da Chapecoense , que deixou 71 m-ortos. A investigação confirma que o combustível do avião era insuficiente para o voo entre Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, e Medellín, na Colômbia, e que a empresa aérea não se preparou adequadamente para o voo internacional.
A pane, de acordo com as investigações, começou 40 minutos antes de o avião cair. Os pilotos sabiam disso. O contrato do voo previa escala entre São Paulo e o aeroporto de Medellín, mas a empresa planejou viagem direto para Santa Cruz de la Sierra, o que não foi permitido pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). As normas internacionais de aviação exigem que um voo deve ter combustível acima do necessário para fazer o trajeto programado, com sobra para alcançar um aeroporto mais próximo e ter ainda condições de manter o voo por ao menos 30 minutos.
O avião da LaMia deveria contar com pelo menos 11.603 quilos de combustível. Mas, de acordo com o relatório final, havia apenas 9.300 quilos. “O avião caiu por falta de combustível”, informaram os representantes da aeronáutica civil da Colômbia. “Os quatro motores da aeronave pararam de funcionar, o que provocou a queda. Pararam de funcionar por falta de combustível”.
Além de apontar a causa do acidente, os representantes colombianos listaram algumas recomendações aos agentes e operadores aéreos para que acidentes por esse motivo nunca mais aconteçam. Citaram a necessidade de aumentar e divulgar as recomendações de segurança, tornar público planos e condições de voos para viagens internacionais, revisar as operações de voos e de segurança internacionais, assim como fortalecer os padrões e a documentação de trânsito aéreo entre países, fazendo com que as instituições responsáveis se sintam no direito de autorizar ou recusar planos de voos.
Segundo o relatório, a LaMia estava em situação financeira precária, atrasava salários e tinha má organização de voo; a empresa não cumpria determinações das autoridades da aviação civil em relação ao abastecimento de combustível. Os coordenadores da investigação concluíram que a empresa se valia com frequência dessa “péssima prática” de voo, sem se preparar adequadamente para voos mais longos e internacionais, voando com combustível na conta. O relatório, assim, conclui que o acidente poderia ter sido evitado.
*Por Veja
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