De 36,5 mil crianças cadastradas, apenas 6,5 mil são adotadas

Especialistas comentam os motivos

Hoje, no Brasil, 36,5 mil crianças vivem em instituições de acolhimento, ou estão na fila à espera de uma família que as adote. Dentre elas, 6.567 estão aptas à adoção, segundo reportagem da rede BBC. O número de famílias que estão nas filas para adotar crianças é de 35.571, ou seja, a média é de cerca de seis adotantes para cada criança.

Mesmo com o número de pretendentes à adoção muito maior do que o de crianças para serem adotadas, dois fatores são apontados pela matéria como cruciais para que o número de adoções seja baixo. O primeiro deles é o fato de que o perfil pretendido não costuma ser o mesmo da maioria das crianças nas filas. Enquanto 81% das crianças têm entre seis e 17 anos, o que 84% dos pais querem são filhos de até cinco anos.

Em entrevista ao portal, o presidente da Comissão Especial de Adoção da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Antônio Carlos Berlini, declara que os pais que mais demoram para adotar são os que exigem muitos detalhes nos perfis. “Quanto mais o pretendente restringe o perfil da criança, mais tempo vai levar na fila de espera”, aponta.

Novos avanços

Na mesma matéria, a presidente da Angaad (Associação Nacional dos Grupos de Apoio à Adoção) diz que “a legislação prevê revisão da situação da criança de seis em seis meses. Muitas delas, no entanto, ainda não foram destituídas por falta de pessoal para emitir o laudo”.

Nos últimos cinco anos, houve mudanças positivas em relação às porcentagens. Em 2011, 17% dos pretendentes eram a favor de levar irmãos, número que pulou para 30%. Na época, 38% só aceitavam crianças brancas, e o número hoje diminuiu para 22,6%.