Promotor de Justiça é baleado e ex-vereador é suspeito de planejar crime
Crime aconteceu na noite de sábado quando um motociclista cercou o carro do promotor e disparou várias vezes.
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Crime aconteceu na noite de sábado quando um motociclista cercou o carro do promotor e disparou várias vezes.
O promotor de Justiça de Monte Carmelo (MG), Marcus Vinícius Ribeiro, foi alvo de um atentado na noite de sábado (21) na cidade do Alto Paranaíba (MG). Ele foi atingido por pelo menos quatro tiros quando saía da promotoria, no Centro do município, em direção a sua casa. Dois suspeitos do crime estão presos, o ex-vereador e ex-presidente da Câmara Valdelei José de Oliveira e o filho dele, Juliano Aparecido de Oliveira.
Segundo a Polícia Civil, o ex-parlamentar é suspeito de ser o mentor do crime e o outro preso de ter executado a tentativa de homicídio. De acordo com o delegado Wilton José Fernandes, o crime aconteceu por volta de 20h40. O promotor trabalhou durante toda a tarde e quando deixou a promotoria em seu carro, um Palio Weekend, foi surpreendido por um motociclista armado que atirou várias vezes contra o veículo. Marcus Vinícius conseguiu sair do carro e correu a pé, mas acabou atingido pelos disparos. A lataria do carro ficou marcada por pelo menos 12 perfurações.
Marcus Vinícius foi socorrido para a unidade de saúde particular na cidade, mas acabou transferido para o Hospital Santa Clara, em Uberlândia, no Triângulo Mineiro. O hospital não repassou informações sobre o estado de saúde dele, mas de acordo com o delegado Fernandes, a situação é grave, mas estável.
Segundo o delegado, provas periciais e testemunhas ajudaram a polícia a identificar o atirador. Conforme as investigações, Juliano Aparecido, é suspeito de ser o autor do crime a mando do pai. Os dois foram presos durante a madrugada de domingo, depois de uma grande operação montada pelas polícias Civil e Militar em Monte Carmelo.
Conforme o delegado, pai e filho negaram o crime, mas teriam motivos para praticá-lo. O ex-vereador foi alvo de denúncia do promotor em 2013 por envolvimento em fraudes de licitações na Câmara. Valdelei teve prisão decretada e foi procurado durante a Operação Feliz Ano Novo em dezembro daquele ano.
A arma usada no crime contra o promotor não foi encontrada, mas a polícia apreendeu outro revólver com Juliano. Pai e filho serão autuados por tentativa de homicídio com qualificadoras que o delegado Fernandes ainda vai analisar. O inquérito sobre o crime foi automaticamente instaurado com as ratificações dos flagrantes e conforme o delegado, não há indicativo de participação de outras pessoas no atentado. A delegada Cláudia Coelho Franchi preside o inquérito em parceria com o delegado Fernandes.
Valdelei e Juliano ainda estão detidos na delegacia de Monte Carmelo, mas podem ser transferidos para o sistema prisional a qualquer momento. O delegado já enviou a Justiça o pedido de prisão preventiva. O crime movimentou a cidade porque o promotor é uma figura conhecida e a operação que comandou em 2013 teve grande repercussão com a prisão de vários agentes públicos. Marcus Vinícius também é professor de direito em uma faculdade da cidade.
Operação Feliz Ano Novo
No dia 10 de dezembro de 2013, foram cumpridos mandados de prisão e de busca e apreensão de documentos e provas, nas cidades de Monte Carmelo e Uberlândia durante a Operação Feliz Ano Novo realizada pelo Ministério Público de Minas Gerais , por meio da Promotoria de Justiça de Monte Carmelo e do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (GCOC). Foram apreendidos mais de 20 computadores e documentos na Prefeitura e na Câmara Municipal de Monte Carmelo, em um escritório de contabilidade e em mais 12 endereços.
Segundo o MP, as apurações mostraram a formação de uma estruturada organização criminosa, na qual estavam envolvidos servidores públicos de Monte Carmelo, bem como políticos que foram derrotados nas eleições de 2012 na cidade. A quadrilha atuou em processos licitatórios realizados em 2013 voltados a limpeza de vias públicas e praças, além de reformas de unidades de saúde do município. Esses processos sequer eram realizados de verdade.
As empresas envolvidas no esquema participavam apenas para dar aparência de legalidade aos contratos, quando, na realidade, já estava tudo direcionado à vitória das empresas eleitas pelo grupo para prestar os serviços e cometer crimes contra a administração pública local.
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