Para Marcus Vinicius Furtado Coelho a entidade não pode se manifestar nos episódios com a posição de comentarista

Em visita a Campo Grande, na manhã desta quinta-feira (29) o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcus Vinicius Furtado Coelho, participou do lançamento da pedra fundamental do novo auditório da seccional de Mato Grosso do Sul, que terá capacidade para 550 pessoas. A cerimônia para anúncio oficial da obra teve no espaço da ESA/MS um pronunciamento do advogado, que posicionou o papel da entidade na política brasileira. 

“A OAB tem como histórico fazer parte dos debates políticos no país, mas não pode de maneira alguma se tornar um comentarista de causos, pois assim estaria desrespeitando o Poder Judiciário. A entidade é pelo contrário uma defensora de causas, um canal para ser levada institucionalmente a voz do cidadão”, afirmou Marcus que prefere não associar a ‘causa' pela a nenhum escândalo atual do Governo.

Seccionais de todo o Brasil, inclusive a de Mato Grosso do Sul, tem em andamento mobilizações para coletas de assinaturas em apoio a uma reforma política democrática. A meta no Estado é atingir 100 assinaturas durante o ano, em prol de mudanças como o financiamento público de campanhas, paridade de gêneros nas listas partidárias, a moralização no funcionamento de partidos políticos e o fortalecimento da democracia direta.

“Vamos intensificar o movimento nas ruas e chamar a sociedade para contribuir na mudança que todos almejam. Nos comprometemos a mostrar ao país o engajamento dos sul-mato-grossenses pela reforma. Queremos mobilizar toda a população de Campo Grande e do interior do Estado para cumprir a nossa meta”, diz o presidente da OAB/MS, Júlio Cézar Rodrigues sobre o engajamento pela mudança no sistema político brasileiro.

Ponto crucial

De acordo com o presidente nacional da Ordem um ponto chave da Reforma Política brasileira é decorrente de uma menor participação das empresas nos processos eleitorais. Marcus Vinicius Furtado Coelho apontou ao público presente no lançamento do novo auditório da seccional de Mato Grosso do Sul que a exigência de se cumprir o financiamento público de campanhas trata-se de uma determinação da constituição federal.

“O poder emanda do povo, é o que diz na nossa constituição, e as empresas não são o povo. Então não podem interferir nesse processo com dinheiro. Elas existem para gerar riquezas e empregos, até por isso recebem uma carga tributária menor que a do cidadão comum. O financiamento público vem para mudar essa lógica e orientar o processo eleitoral ao seu devido fim”, explicou.