Custo médio da energia para a indústria nacional sobe 11,5% em janeiro

 O custo da energia elétrica da indústria brasileira passou de R$ 360,85 por megawatt-hora (MWh) para R$ 402,26

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 O custo da energia elétrica da indústria brasileira passou de R$ 360,85 por megawatt-hora (MWh) para R$ 402,26

O custo médio da energia para a indústria brasileira aumentou 11,5% este mês, informa o estudo Quanto custa a energia elétrica para a indústria do Brasil?, divulgado pela Federação das Indústrias do estado do Rio de Janeiro (Firjan) e disponível para acesso na página da instituição.

A economista Tatiana Lauria, especialista em Competitividade Industrial e Investimentos do Sistema Firjan, disse à Agência Brasil que, com a entrada em vigor, no início de janeiro, do sistema de bandeiras tarifárias autorizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o custo médio da energia elétrica para a indústria brasileira passou de R$ 360,85 por megawatt-hora (MWh) para R$ 402,26 por MWh.

O valor do custo médio inclui o reajuste de 0,9% da distribuidora Eletropaulo, referente à revisão tarifária de julho de 2014 da distribuidora, autorizado pela Justiça.

“O que chama mais a atenção é essa virada que teve de dezembro para janeiro. O que está embutido aí é o custo da entrada do sistema de bandeiras tarifárias. Foi esse sistema que trouxe esse novo valor”, disse Tatiana.

Por isso, sinalizou a necessidade de que sejam adotadas medidas estruturais que tornem de novo competitivo o custo de energia para a indústria nacional, inclusive em termos internacionais.

“Quando a indústria tem que lidar com esse valor elevado de energia e competir com outras indústrias no mercado externo em que seus concorrentes têm esse fator de produção mais barato, ela sai perdendo.”

Entre as medidas estruturais, Tatiana citou a desoneração tributária, em especial o Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS); o fim do atraso no funcionamento de usinas, “que também encarece (o custo da energia)”; a maior participação de fontes térmicas mais baratas e seguras, como a nuclear e a térmica a carvão, dentro da matriz energética. Ela ressaltou, porém, que a sociedade precisa participar de todas as discussões.

Com esse aumento de 11,5% do custo médio da energia elétrica para a indústria, o Brasil passou da oitava para a sexta posição no ranking de 28 países que apresentam as mais altas tarifas médias industriais de energia.

A liderança é exercida pela Índia, cujo custo atinge R$ 596,96 por MWh. “Energia tem que estar na pauta do governo”, destacou a economista.

Segundo ela, trata-se de fator primordial para a competitividade da indústria nacional, “porque vai impactar diretamente na produtividade do país, na geração de renda e de empregos. Essas medidas estruturais precisam estar na pauta da política energética do governo”.

A economista deixou claro que as indústrias não são contra o sistema de bandeiras tarifárias. A preocupação é com a tendência de aumento desse preço.

Estudo feito pela Firjan estima que, de 2013 para 2016, o custo da energia para a indústria vai aumentar em 87,6%. “É um impacto muito grande para os custos produtivos da indústria.

Por isso, a preocupação com as medidas estruturais para que o preço possa ser naturalmente sustentável, possa cair e garantir a competitividade à atividade industrial”.

O ranking estadual mostra que o Pará permanece na liderança entre as tarifas médias industriais de energia elétrica, com custo de R$ 548,88, seguido do Maranhão (R$ 487,34) e do Tocantins (R$ 484,99).

O estado do Rio de Janeiro aparece na sétima colocação, com custo médio de R$ 460,82, enquanto São Paulo mantém a décima oitava posição, com tarifa média de energia para a indústria de R$ 381,01.

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