O ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, acredita que o texto do novo Código Florestal, que teve a votação adiada para a próxima terça-feira (13), foi o possível de ser buscado neste momento e representa avanços na área. Mendes Ribeiro também pede bom-senso na votação.

“A lei em vigor é extremamente dura e o decreto em vigor, da Presidência da República, é muito ruim para o produtor. Todo mundo precisa de uma nova lei. O código que está aí não é uma perfeição em matéria de lei, mas é o possível de ser construído e eu acho que representa um avanço, sim”, disse em entrevista à Agência Brasil.

O ministro defende que os deputados tenham o tempo de que necessitarem para avaliar e votar o código. Segundo ele, a tentativa de supressão desse tempo pode causar reveses. “O tempo é dos parlamentares. E se tu tentas fazer com que esse tempo não exista, tu podes ter surpresas.”

Para Mendes Ribeiro, o novo texto “não será o código dos ambientalistas, não será o código dos ruralistas, mas será o código dos brasileiros”. Segundo ele, existe consenso na quase totalidade sobre o projeto vindo do Senado e poucos pontos ainda estão sendo discutidos com o relator da matéria na Câmara, o deputado Paulo Piau (PMDB-MG).
“Sabe quantos itens eu estou discutindo com o Piau? Oito. De uns 500. É 1%. Reparaste como são poucos?”, comentou o ministro, folheando as 39 páginas do texto e após contar 100 pontos nas nove primeiras páginas.

Com o objetivo de atualizar o atual Código Florestal Brasileiro, de 1965, a proposta do novo texto começou a tramitar no Congresso há mais de dez anos, pela Câmara dos Deputados. Em maio do ano passado, o projeto foi aprovado e encaminhado ao Senado. Lá, a matéria recebeu substitutivo do senador Jorge Viana (PT-AC) e retornou à Câmara para revisão.

Os deputados agora não podem incluir trechos no texto ou fazer alterações no que foi enviado pelos senadores. A Câmara poderá apenas suprimir parcial ou integralmente o texto ou aprová-lo do jeito que está. Em seguida, a matéria será encaminhada para a presidenta Dilma Rousseff, que também poderá vetar trechos do projeto.