Trecho está abandonado há pelo menos seis meses e população reclama do perigo no tráfego local.

A empresa Vilasa Construtora Ltda vai substituir a Delta na execução das obras de manutenção e conservação na BR-163, no trecho entre Dourados e Nova Alvorada do Sul. A informação foi publicada no diário oficial da União de hoje (3), pelo Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes) do Ministério dos Transportes.

O trecho está abandonado há pelo menos seis meses e a população vem denunciando sucessivamente o perigo do tráfego no local. Além dos buracos que começam a surgir em meio à pista e ganham dimensões cada vez maiores, há também um matagal alto que encobre as placas de sinalização e compromete a visibilidade dos motoristas, sobretudo nas rotatórias.

O diretor geral do Dnit, general Jorge Fraxe, esteve em Campo Grande no dia 17 de agosto e havia confirmado uma resposta para o trecho no prazo de 15 dias. Apesar da Vilasa já estar definida como responsável, a superintendência regional do órgão informou que para dar início aos trabalhos ainda é preciso que seja preparado o contrato, publicado em diário oficial, para então ser expedida a ordem de execução de serviços.

Mesmo com a definição da empreiteira ainda não há prazo para as obras serem iniciadas. A superintendência regional informou que o trecho está sendo tratado como prioridade.

A Delta havia vencido a licitação 0276/11-19 para restauração de trecho dos 108 Km (entre o km 255,9 e km 364,2), ao custo de R$ 30,9 milhões, mas foi declarada inidônea pela CGU (Controladoria Geral da União) e todos os contrato que mantinha com o poder público foram suspensos.

Como o processo foi homologado e adjudicado (legitimação judicial) no dia 16 de maio, o Dnit-MS apenas convocou a colocada seguinte na disputa para executar o contrato, sem ter necessidade de abrir outro procedimento licitatório.

Quando venceu a licitação a Delta ficou em segundo lugar na classificação geral por ter apresentado preço superior ao da Top Engenharia, a qual acabou sendo desclassificada pela comissão de licitação do Dnit-MS, por irregularidades na proposta.

A Delta S.A. teve participação ativa em um esquema de corrupção de políticos, funcionários públicos e policiais, promovido pelo contraventor Carlinhos Cachoeira. Um dos principais articuladores do esquema de corrupção, que aparece em várias gravações de telefonemas realizadas pela Polícia Federal é Cláudio Dias de Abreu, ex-diretor da Delta no Centro-Oeste.