Equipe de neurocirurgia realiza cirurgia de Parkinson na Santa Casa

Técnica conhecida como Deep Brain Estimulation

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Técnica conhecida como Deep Brain Estimulation

A equipe de neurocirurgia da Santa Casa realizou no último dia 13, um procedimento cirúrgico altamente complexo e inovador para o tratamento da doença de Parkinson. A técnica conhecida como Deep Brain Estimulation (Estimulação Cerebral Profunda) consiste na implantação de um eletrodo na região que controla os movimentos do corpo, localizada no núcleo subtalâmico (região profunda do cérebro). O dispositivo introduzido é semelhante a um marca-passo usado em cirurgias cardíacas, porém este serve para estimulação cerebral.Equipe de neurocirurgia realiza cirurgia de Parkinson na Santa Casa

O aparelho implantado permite alívio imediato do paciente a partir da estimulação elétrica de alta frequência no ponto do cérebro em que é instalado. Dr. Felipe Guardini, um dos responsáveis pelo procedimento, informa que as indicações para este tipo de tratamento são bem restritas e não são todos os casos de Parkinson que têm tal indicação cirúrgica. Por essa razão, a avaliação deve ser feita de forma minuciosa. “Em geral os pacientes que apresentam refratariedade ou intolerância medicamentosa e que não possuam doença demencial recebem indicação para esse tipo de tratamento neurocirúrgico”, comenta.

Henrique Cestari, 48, foi diagnosticado há cinco anos com a doença que comprometeu sua mobilidade de forma mais agressiva nos últimos 7 meses. O uso dos medicamentos já não controlavam os efeitos, por isso, houve a necessidade da intervenção cirúrgica. “Os últimos meses não estavam sendo fáceis. Eram tombos e muitas situações ruins que acabei passando por conta da doença. Ontem após o procedimento, que correu tudo bem, percebi nitidamente a melhora dos meus movimentos e falas. Meu antes e depois pode ser percebido visualmente”, comenta o paciente.  

Durante a cirurgia o paciente permaneceu acordado, porém sob sedação anestésica local. Com isso, ele pôde responder às perguntas e obedecer aos comandos motores comuns, como o de abrir e fechar as mãos. Com a implantação do eletrodo no cérebro é possível perceber a melhora nos movimentos do paciente de forma visível. Em seguida, uma outra equipe cirúrgica faz a implantação de um pequeno gerador de marca-passo na região torácica, gerador este, que irá fornecer a eletricidade para o estimulador implantado no cérebro.

Os primeiros sintomas e sinais da doença de Parkinson podem ser leves, passando despercebidos e podem variar de pessoa para pessoa. Frequentemente, os sintomas começam em um lado do corpo e permanecem piores nessa parte mesmo depois que começam a afetar o outro lado. Eles podem incluir: tremor de repouso, rigidez, dificuldade de caminhar (instabilidade postural) e hipomimia facial (face pouco expressiva).

A equipe responsável pelo procedimento é composta pelos médicos neurocirurgiões, Dr. Felipe Guardini, Dr. Luís Henrique Kanashiro e Dr. Halisson Yoshinari, além da participação clínica do médico neurologista, Dr. Renato Ferraz e de médicos anestesistas, enfermeiros e técnicos de enfermagem.

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