Considerada epidemia, teste gratuito de sífilis será só para gestantes na Capital

Foram 340 gestantes notificadas com diagnóstico positivo para sífilis

Os testes rápidos para sífilis, feitos pelo SUS (Sistema Único de Saúde), serão realizados apenas em gestantes de Campo Grande. O motivo seria a falta de materiais repassados pelo Ministério da Saúde à Prefeitura. Os casos da DST (Doença Sexualmente Transmissível) tiveram aumento no último ano no Brasil e a doença já é considerada uma epidemia pelo Ministério da Saúde.

Com estoque dos testes em baixa, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) de Campo Grande distribuiu circular nas unidades de saúde informando que desde a última quinta-feira (2), a realização de teste rápido para sífilis na população geral, foi suspensa temporariamente, até que ocorra a regularização do fornecimento dos materiais pelo Ministério da Saúde. Os testes rápidos para a sífilis estarão disponíveis somente nas unidades da atenção básica, para uso exclusivo em gestantes. 

A Sesau informou ao Jornal Midiamax, por meio de nota, que o teste rápido para sífilis, HIV e Hepatite, são oferecidos na Rede Municipal de Saúde para a população em geral, sendo os materiais repassados pelo Ministério da Saúde. 

“Na semana passada, o Ministério informou a Secretaria Municipal de Saúde que iria suspender o repasse destes materiais pois estava com o estoque zerado, recomendando que o Município priorizasse principalmente as gestantes. A informação repassada pelo Ministério da Saúde é de que esta situação seja regularizada em dois meses”. 

A Sesau ainda informou que a SES (Secretaria Estadual de Saúde) não possui estoque para repassar ao Município. A SES confirmou que não é possível repassar materiais, pois recebe insumos para  abastecer as cidades do interior do Estado e a Prefeitura recebe diretamente do Ministério da Saúde.

De acordo com o Ministério da Saúde, Todos os tipos de sífilis – adulto, em gestantes e congênitas (em bebês) são de notificação obrigatória no país há, pelo menos, cinco anos. Segundo dados do Boletim Epidemiológico de 2016, entre os anos de 2014 e 2015, a sífilis adquirida teve um aumento de 32,7%, a sífilis em gestantes 20,9% e congênita, de 19%.

Em 2015, o número total de casos notificados de sífilis adquirida no Brasil foi de 65.878. No mesmo período, a taxa de detecção foi de 42,7 casos por 100 mil habitantes e a maioria são em homens, 136.835 (60,1%). No período de 2010 a junho de 2016, foi registrado um total de 227.663 casos de sífilis adquirida. 

Jornal Midiamax entrou em contato com o Ministério da Saúde para saber quando o repasse de testes será regularizado, mas, até o fechamento deste texto não houve retorno.