Campanha contra Hepatite C tem por objetivo diminuir número de mortes

Pesquisa mostra que faixa-etária mais propensa à doença é de 40 a 70 anos

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(Foto: Arquivo, Midiamax)

Pesquisa mostra que faixa-etária mais propensa à doença é de 40 a 70 anos

A Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH) e a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), com apoio da Associação Médica Brasileira (AMB), lançaram no Dia Mundial das Hepatites, a Campanha Nacional de Combate à Hepatite C, doença que mata mais de 9 mil pessoas por ano no Brasil e infecta cerca de 2 milhões, sendo que mais de 60% não sabem da doença e menos de 5% já foram curados.
 
Um dos diferenciais da campanha de 2015 é o foco nos médicos. O objetivo é conscientizar os profissionais de diversas especialidades, assim como a população em geral, sobre a importância do exame e do diagnóstico preventivo da Hepatite C, condutas que aumentam as chances de cura, uma vez que a doença evolui de forma silenciosa e pode trazer consequências graves, como cirrose e câncer, com morbidades variadas e altas taxas de mortalidade. “Precisamos melhorar nosso índice de tratamento da Hepatite C agora, pois estima-se que nos próximos anos teremos, no Brasil, um aumento de 95% das complicações desta doença, se não forem tomadas providências urgentes para reverter o quadro. Hoje um dos principais problemas que enfrentamos para diminuir esses índices é a falta da informação das pessoas e até de muitos médicos”, alerta Dr. Edison Roberto Parise, presidente da SBH.
 
Embora a hepatite C seja uma doença cujo tratamento envolva primordialmente as especialidades de hepatologia e infectologia, mas para mudar radicalmente o quadro atual na população brasileira é preciso contar com médicos de todas as especialidades. Como é assintomática, na maioria dos casos, o paciente só descobre a doença quando o quadro já é bastante avançado e a possibilidade de cura é menor. “Subdiagnóstico é o grande problema. Para resolvermos isso, precisamos contar com a conscientização da população e também dos nossos colegas médicos. Levantamos esta discussão para reforçar aos colegas de outras especialidades médicas a importância de solicitar o teste a todos os seus pacientes, principalmente na faixa etária mais acometida pela Hepatite C (igual ou superior a 40 anos)”, avalia Dr. Érico Arruda, presidente da SBI.
 
“Infelizmente, temos números muito aquém do desejado no controle da Hepatite C. Portanto, sabemos que o primeiro passo é o engajamento de médicos para levarmos informação e confiabilidade aos pacientes e, consequentemente, mais esclarecimentos para que a própria população se preocupe muito mais em fazer o diagnóstico precoce”, analisa Dr. Giovanni Guido Cerri, diretor Científico da AMB.
 
O exame para diagnosticar Hepatite C é bastante simples e pode ser feito de forma gratuita no Sistema Único de Saúde (SUS). Basta que o interessado vá até um posto de saúde e solicite a um médico a requisição para realização do exame em um local autorizado.
 
O mesmo acontece com o tratamento. A Hepatite C é uma doença grave e que pode ser fatal se não for diagnosticada em tempo hábil. No entanto, é importante que a população saiba que ela pode ser tratada, inclusive pelo SUS.
 
A partir deste ano, novas drogas estão disponíveis para o tratamento no Sistema Único de Saúde. Mais eficazes em relação às fórmulas antigas, chegando a índices de cura de até 90%, elas trazem vários benefícios aos pacientes, pois apresentam muito menos efeitos colaterais e o prazo de duração do tratamento, na maioria dos casos, cai de 48 para 12 semanas. 
 
Avaliação do Grau da Doença
 
Nos últimos anos, métodos não invasivos têm propiciado o conhecimento da gravidade da doença e o acesso ao tratamento, evitando a realização de biópsias hepáticas. As Sociedades Médicas criaram o Programa da Elastometria Itinerante que propicia treinamento e aparelhos para realização dos exames em todos estados da federação em sistema de rodízio mensal.
 

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